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Manifestações e greves no Haiti para exigir a saída de Moïse

Com as mobilizações deste domingo, em vários pontos do país, a oposição abriu um novo ciclo de protestos para exigir a demissão do presidente da República, que se devem prolongar ao longo da semana.

As acções de protesto no Haiti contra Jovenel Moïse e a ingerência externa no país têm-se intensificado (imagem de arquivo)
As acções de protesto no Haiti contra Jovenel Moïse e a ingerência externa no país têm-se intensificado (imagem de arquivo) Créditos / elnuevoherald.com

Centenas de pessoas manifestaram-se ontem em Porto Príncipe para exigir que o chefe de Estado, Jovenel Moïse, respeite a Constituição em vigor e abandone o cargo no próximo dia 7.

«O povo está asfixiado com este sistema, com o grupo estrangeiro que dirige o nosso país, mas isto já acabou», disse Moïse Jean Charles, líder do partido Pitit Dessalines e ex-candidato presidencial, que foi seguido por uma centena de pessoas no bairro de Petion Ville, localizado a sudeste da capital haitiana, informa a Prensa Latina.

Nas mobilizações deste domingo, partidos progressistas e organizações sociais haitianos solicitaram a solidariedade internacional para com a luta que está a ser travada no país caribenho contra o actual governo, que, denunciam, é apoiado pelo imperialismo.

«Várias organizações juntam-se para pedir que se vá embora um governo que se está a transformar numa ditadura com o apoio do Core Group», disse à Prensa Latina o professor de História Eddy Lucien.

O Core Group é constituído por embaixadores de vários países e representantes das Nações Unidas, da Organização de Estados Americanos (OEA) e da União Europeia. Para Lucien não é admissível que esta instância tome as decisões políticas no país e mantenha Jovenel Moïse no poder, ao mesmo tempo que, afirmou, promove grupos paramilitares para silenciar a população mais desfavorecida.

Também os residentes de Cité Soleil, um bairro localizado na entrada norte da capital, responderam à convocatória realizada por vários partidos e organizações; no entanto, grupos violentos impediram que acedessem ao centro da cidade, segundo referem testemunhas.

Entre as denúncias dos manifestantes estava a onda de sequestros e assassinatos, perpetrados por grupos armados que, alegadamente, estão ligados a funcionários do governo. «O governo usa os seus lacaios para reprimir os bairros pobres e [para] que não saiam à rua», disse Jean Pierre, um manifestante em Porto Príncipe.

Além da capital, houve manifestações em cidades como Miragoâne (Sudoeste), Les Cayes (Sul) ou Cabo Haitiano (Norte) para exigir a demissão de Jovenel Moïse e responsabilizar o Estado pela sistemática violação dos direitos humanos.

Sylvestre Fils Dorcilus, jornalista e coordenador do Observatório da Migração e do Tráfico Transfonteiriço, disse que pelo menos uma pessoa morreu e outra ficou ferida quando a Polícia começou a disparar sobre os manifestantes.

Os protestos deste domingo dão início ao novo ciclo proposto pela oposição, que foi anunciado sábado passado, no qual se incluem dois dias de greve geral, convocados por vários sindicatos do país para hoje e amanhã, além de jornadas de paralisação parcial entre quarta e sexta-feira, e uma mobilização nacional para o próximo fim-de-semana, estando previstos cortes de estrada no sábado e uma manifestação no domingo.

O objectivo declarado é intensificar a pressão sobre Jovenel Moïse. Este já deixou claro que vai continuar no poder, desafiou os opositores a enfrentá-lo em Setembro e informou que o Ministério da Justiça e a Polícia têm ordens claras para garantir a protecção das vidas e dos bens.

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