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|França

Mais de um milhão respondem nas ruas à reforma de Macron

O «não» à reforma das pensões foi também claro nas ruas de França, esta quinta-feira. Até os números do Ministério do Interior apontam para uma grande jornada de mobilização: 1,2 milhão de pessoas nas ruas.

Manifestação em Paris 
Manifestação em Paris CréditosAlain Jocard / sudouest.fr

Os números do Ministério são, como é habitual, mais baixos. A Confederação Geral do Trabalho (CGT) afirma que esta primeira jornada de mobilização contra a reforma das pensões envolveu mais de dois milhões de manifestantes em toda a França, 400 mil dos quais em Paris.

As sondagens diziam-no e, no caso, a mobilização confirmou-o: o projecto de reforma das pensões anunciado a 10 de Janeiro pela primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, que aumenta a idade legal da reforma dos 62 para os 64 anos e alarga o período de contribuições para 43 anos, não tem grande apoio dos franceses.

Manifestação em Bordéus // Thierry David / sudouest.fr

De Calais a Nice, o «não» ficou patente em mais de 200 manifestações a nível nacional. Mesmo os números divulgados pelas autoridades dão a noção da «importância» das mobilizações: 36 mil manifestantes em Toulouse, 26 mil em Marselha (140 mil, segundo os organizadores), 25 mil em Nantes, 23 mil em Lyon, 19 mil em Clermont-Ferrand, 16 mil em Bordéus (60 mil, de acordo com os organizadores), 15 mil em Montpellier e por aí fora.

Grande mobilização em Paris

Paris, como é costume, foi o palco da maior manifestação – uma concentração gigantesca de pessoas (400 mil, segundo a CGT) partiu da Praça da República num desfile em que se viam balões gigantes, bandeiras dos sindicatos e faixas contra o projecto do governo.

Pela primeira vez em mais de uma década, oito organizações sindicais juntaram-se no apelo à mobilização, incluindo a CGT e a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT).

Em declarações à imprensa, recolhidas pelo portal sudouest.fr no começo da manifestação, o líder da CFDT, Laurent Berger, congratulou-se com a dimensão das mobilizações, que «ultrapassa aquilo que pensávamos» e «é a demonstração de que os trabalhadores, e de forma mais ampla os cidadãos, não querem a passagem da idade legal para os 64 anos».

A jornada de mobilização desta quinta-feira esteve ao nível das maiores de Dezembro de 2019, segundo os organizadores / @FonsiLoaiza

Por seu lado, Philippe Martinez, secretário-geral da CGT, que se referiu à jornada de luta como um «êxito», afirmou que a «convocatória unitária deu confiança aos trabalhadores» e estimou então, com base na resposta dada em várias cidades, que a marca de um milhão de pessoas nas ruas fosse ultrapassada.

Além de Martinez e outros dirigentes sindicais, mobilizaram-se ao lado dos trabalhadores, em Paris, figuras políticas como o secretário nacional do Partido Comunista, Fabien Roussel, o primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, a líder de bancada de A França Insubmissa (LFI) na Assembleia Nacional, Mathilde Panot, e a deputada ecologista Sandrine Rousseau.

Acções futuras

Jean-Luc Mélenchon, ex-dirigente do LFI e ex-candidato à Presidência da República, manifestou-se contra o projecto de reforma em Marselha, onde afirmou que Macron «perdeu a primeira batalha».

No que respeita a acções futuras, Philippe Martinez disse, durante a manifestação na capital, que as manifestações e as greves iam continuar, caso o governo não travasse a reforma.

Ao fim da tarde, os oito sindicatos reuniram-se e, não vendo sinais de mudança da parte do governo, decidiram apelar à realização de iniciativas, nas escolas e nos locais de trabalho, no próximo dia 23 de Janeiro, quando o projecto de reforma é apresentado em Conselho de Ministros.

Decidiram ainda convocar uma nova jornada de greves e manifestações para dia 31 de Janeiro, tendo afirmado que «estão unidos e determinados a fazer com que este projecto de reforma das pensões seja retirado», refere a France Info.

Ao longo do dia, devido à greve convocada, registaram-se fortes perturbações nos transportes (sobretudo no Metro e na ferrovia), bem como nos sectores da Energia e da Educação, com os sindicatos a apontarem para níveis elevados de adesão nas refinarias, nas escolas do ensino primário e secundário.

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