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Líbano: investigação irá até ao fim e contemplará todas as hipóteses

O presidente do Líbano, Michel Aoun, prometeu que a investigação sobre as explosões que abalaram Beirute serão conduzidas até ao fim, e avisou que «todas as hipóteses permanecem válidas».

O presidente do Líbano, Michel Aoun, durante uma entrevista à BFM TV Channel, a 16 de Agosto de 2020
O presidente do Líbano, Michel Aoun, durante uma entrevista à BFM TV Channel, a 16 de Agosto de 2020Créditos / Al-Manar

O presidente do Líbano, Michel Aoun, manifestou a sua determinação em descobrir a verdade por trás das violentas explosões que abalaram Beirute no passado dia 4 de Agosto, afirma a Al-Manar TV.

Numa entrevista concedida este domingo o presidente libanês manifestou a sua vontade de «chegar a uma rápida conclusão» sobre o ocorrido mas preveniu que indícios surgidos posteriormente fazema investigação requerer «algum tempo».

Para Aoun, que por mais de uma vez referiu tanto a possibilidade de um acidente como de um ataque ou uma bomba, como a origem das explosões, «todas as hipóteses permanecem válidas» e não pode «afastar-se uma possibilidade sem a investigar».

Comentando a actual crise política do Líbano, o presidente afirmou como prioridade a formação de um governo que implemente as reformas necessárias ao país e desmentiu que o Hezbollar estivesse a impedir esse processo de reformas – uma acusação que tem sido levantada pelos estados Unidos da América (EUA), que o consideram uma «organização terrorista».

Michel Aoun sublinhou a necessidade de se aprovar uma auditoria financeira forênsica, de forma a responsabilizar quem viola as leis e determinar o ponto de partida para as situações de corrupção.

O presidente Aoun disse não ser indiferente aos protestos populares, vendo-se não como espectador mas como «um filho do povo, que partilha da sua cólera», e afirmou não se demitir para não criar um vazio governativo.

Pista de ataque não é descartada

Imediatamente a seguir às explosões em Beirute, jornalistas com fontes nos serviços secretos israelitas levantaram a hipótese, recolhida pelo jornalista José Goulão, «de Israel ter montado uma operação para destruir um depósito de armas do Hezbollah no porto de Beirute ignorando – ou não se preocupando com isso – o facto de existir um armazém com explosivos nas vizinhanças» (ver caixa).

Na quinta-feira passada, segundo o Al-Arabyia (Dubai) o ex-ministro do Interior libanês Nouhad Machnouk – insuspeito de simpatias pelo Hezbollah –, actualmente deputado por Beirute, acusou Israel de estar por trás da explosão mas de «não ter coragem» de o dizer por se tratar de «um crime contra a humanidade».

No mesmo dia, um artigo do The Guardian, baseado em declarações à Reuters de fontes ligadas aos serviços de informação israelitas, afirmava que dados sismológicos detectaram a ocorrência, no porto de Beirute, de seis rebentamentos, com um intervalo de 11 segundos, sendo o último a combustão de fogo-de-artifício que veio a detonar o nitrato de amónio armazenado na proximidade e que provocou a devastadora explosão que arrasou boa parte da cidade.

Boaz Hayoun, um engenheiro militar israelita, afirmou que a profundidade da cratera (43 metros) não era compatível com uma explosão à superfície: «deveria ser menos profunda, no máximo 25 a 30 metros», inclinando-se para uma explosão subterrânea.

Na sexta-feira a Sputnik News afirmou que o Canal 13 israelita tinha anunciado que a ala militar do Hezbollah tinha previsto utilizar o nitrato de amónio armazenado em explosivos para serem usados contra o Estado de Israel.

O Canal 13 lembrou que primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu afirmara, em 2018, que Telavive sabia das «armas» que o Hezbollah guardava no porto de Beirute e avisara a organização que Israel não permitiria seu uso.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, negou qualquer intenção de usar o nitrato de amónio como explosivo e afirmou que Israel «pagará um preço» se se confirmar que esteve por trás das explosões que abalaram Beirute no dia 4 de Agosto.

As explosões ocorridas a 4 de Agosto passado em Beirute causaram duas centenas de mortos, milhares de feridos e centenas de milhar de desalojados. Um quarto da cidade, incluindo o porto principal do Líbano, foram destruídos, com prejuízos da ordem dos bilhões de dólares.

A origem das explosões permanece por apurar, sendo apenas consensual que a magnitude da última e mais devastadora explosão se deveu à detonação, por um agente externo, de uma enorme quantidade de nitrato de amónio – um material destinado ao fabrico de explosivos – armazenado no porto desde há seis anos.

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