O Partido Social Democrata da Dinamarca, liderado pela primeira-ministra Mette Frederiksen, sofreu uma histórica derrota nas eleições autárquicas da última terça-feira, conseguindo apenas 12,7% na capital, o que levou à perda da presidência da Câmara de Copenhaga depois de mais de 100 anos no poder. Já nas autárquicas de 2021 a Aliança Vermelho-Verde tinha ficado à frente, mas, graças a um acordo com os liberais e os verdes, os sociais-democratas mantiveram-se na presidência da Câmara.
A Aliança Vermelho-Verde, que defende medidas de reposição da justiça social, como a nacionalização dos sectores produtivos, a redistribuição da riqueza, a rejeição do capitalismo e, entre outras, a saída da Dinamarca da União Europeia e da NATO, alcançou 22,1% dos votos e aponta a candidata do Partido Esquerda Verde, Sisse Marie Welling, à presidência da Câmara da capital dinamarquesa. O partido de Frederiksen conseguiu apenas 23,2% dos votos em todo o país, menos cinco pontos percentuais do que nas eleições de 2021.
Apesar de se referirem ao poder local, estas eleições estão a ser vistas como um referendo às políticas polémicas do governo, seja no âmbito da imigração ou do aumento recorde de gastos com despesa militar. Segundo avançou o Público, esta quarta-feira, Mette Frederiksen tentou justificar a derrota com o aumento do custo de vida e da habitação, «mas os analistas acrescentam-lhe outras, como o discurso mais duro que tem adoptado em matéria de imigração (falando, por exemplo, em crimes cometidos por "pessoas de fora")».
A Aliança Vermelho-Verde foi fundada em 1989 como uma coligação eleitoral para as eleições legislativas da Dinamarca de 1990, composta pelos partidos Comunista da Dinamarca, Socialista dos Trabalhadores e Esquerda Socialista.
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