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Lembrando Hiroxima e Nagasaki, em Almada exigiu-se o desarmamento nuclear

Por iniciativa do Movimento Municípios pela Paz, da Câmara Municipal de Almada e do CPPC, realizou-se este domingo, em Almada, uma acção que visou assinalar o 72.º aniversário do bombardeamento nuclear de Hiroxima e Nagasaki, e exigir o desarmamento nuclear.

O presidente da Câmara do Seixal (que coordena o Movimento Municípios pela Paz) intervém junto ao mural em defesa da paz executado pelo Colectivo Aleutas, em Almada. 6 de Agosto de 2017
Créditos / CPPC

Na iniciativa, que decorreu no Jardim do Rio e contou com actividades lúdico-pedagógicas sobre a paz, oficinas de arte urbana e a inauguração de uma pintura mural alusiva à paz da autoria do Colectivo Aleutas, o momento protocolar esteve a cargo dos presidentes das entidades promotoras: Joaquim Judas, pelo município anfitrião; Joaquim Santos, pela Câmara Municipal do Seixal (que coordena o Movimento Municípios pela Paz); e Ilda Figueiredo, pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC).

Municípios pela Paz

O Movimento Municípios pela Paz surgiu no Seixal, a 29 de Outubro de 2016, como resultado de uma iniciativa conjunta do município seixalense e do CPPC, que teve como objectivo «ampliar a actividade que se desenvolve no plano municipal na promoção da paz, designadamente na educação, na cultura e no desporto para a paz».

Os 14 municípios ali representados «acordaram um conjunto de compromissos pela paz, destacando-se a decisão de promover um calendário de iniciativas públicas» como a que este domingo teve lugar em Almada para assinalar os bombardeamentos nucleares de Hiroxima e Nagasaki, informam o CPPC e a Câmara Municipal do Seixal nas respectivas páginas.

«Hiroxima e Nagasaki nunca mais!»

Num comunicado emitido a propósito do 72.º aniversário dos «criminosos bombardeamentos nucleares dos EUA sobre Hiroxima e Nagasaki, a 6 e 9 de Agosto de 1945», em que evoca «as centenas de milhares de mortos e os que desde então sofrem os efeitos da radiação», o CPPC afirma que «é mais premente do que nunca a exigência da abolição de todas as armas nucleares no mundo». Uma exigência «que assume um carácter de urgência e de defesa da própria humanidade», sabendo-se que «a potência das bombas nucleares hoje existentes é várias vezes superior às utilizadas sobre as cidades japonesas e que os actuais arsenais saldam-se em cerca de 15 mil ogivas (1800 das quais em estado de alerta máximo)».

No documento, o CPPC sublinha a gravidade da situação no momento em que «se acentua a tensão e sobe de tom a corrida aos armamentos, o militarismo, o intervencionismo e a guerra», salientando, neste espectro, a acção «particularmente grave» dos EUA, que gastam com o seu arsenal nuclear mais do que todos os outros países juntos e que sozinhos assumem mais de um terço do total das despesas mundiais com armamento».

Valorizando a adopção por 122 países, no dia 7 de Julho, de um Tratado para a Proibição de Armas Nucleares, pela conferência das Nações Unidas – pese embora a não participação das potências nucleares e da generalidade dos membros da NATO (incluindo o Governo português) –, o CPPC apela à mobilização em torno da «abolição de todas as armas nucleares e de destruição massiva», do «desarmamento geral e controlado», da «rejeição da instalação do sistema anti-míssil dos EUA/NATO e do fim das bases militares estrangeiras», bem como da «defesa dos princípios da Carta das Nações Unidas em prol da paz, da soberania dos Estados e da igualdade de direitos dos povos».

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