Ontem de manhã, bulldozers israelitas, acompanhados de um amplo dispositivo militar de protecção, irromperam na aldeia de al-Araqib e deitaram abaixo as tendas e outras estruturas habitacionais, deixando na rua centenas de pessoas, incluindo crianças e idosos, revela o Palestinian Information Center.
Desde Julho de 2010, é a 177.ª vez que a aldeia beduína é demolida. Este ano, al-Araqib já tinha sido arrasada cinco vezes pelas forças israelitas, a última das quais em 5 de Março.
Estas demolições levadas a cabo sucessivamente por Israel visam forçar a população beduína a mudar-se para zonas designadas pelo governo israelita, que não lhes reconhece os seus direitos sobre a terra e os considera «ocupantes» em «terras estatais». Dessa forma, fazem-nos «desaparecer do mapa» e não lhes fornecem serviços básicos como água e electricidade, e excluem-nos do acesso a serviços de saúde e educação.
Os cerca de 220 palestinianos de al-Araqib têm sido duramente multados pelo Estado sionista, que lhes imputa os custos dos processos de demolição – e também já foram parar à cadeia na luta pelo reconhecimento da posse das suas terras. Apesar disso, mostram-se determinados em permanecer na aldeia e insistem em reconstruí-la repetidamente.
Várias casas sob ameaça de demolição em Nahalin
As autoridades israelitas emitiram ordens de demolição para três casas na cidade palestiniana de Nahalin, a oeste de Belém (Margem Ocidental ocupada), bem como ordens para parar as obras de construção de outras seis casas, informa o Palestinian Information Center.
O presidente do Município de Nahalin, Subhi Zaidan, confirmou que os militares israelitas já tinham notificado três habitantes da «decisão de os deixar a eles e às suas famílias na rua», revela a mesma fonte.
Também na quarta-feira, as autoridades israelitas permitiram a anexação de cerca de 500 mil metros quadrados de terras que são propriedade de palestinianos em Nahalin, tendo-as registado como propriedade do chamado Fundo Nacional Judaico.
Shlomo Neiman, líder do conselho regional dos colonatos de Gush Etzion, localizados a sul de Jerusalém e de Belém, louvou a decisão judicial e referiu-se à anexação como uma «medida histórica ao cabo de 76 anos». Acrescentou que as terras agora ocupadas serão usadas para expandir os colonatos.
O Palestinian Information Center refere que os habitantes de Nahalin apresentaram documentos em tribunal a provar que as terras lhes pertenciam; no entanto, os tribunais israelitas rejeitaram as suas alegações.
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