Uma das zonas atingidas pela aviação saudita foi o bairro residencial de Al-Libi, em Saná, onde esta manhã o número de vítimas mortais ascendia a 23, segundo o correspondente no local da Al Mayadeen.
Por seu lado, a cadeia de TV iemenita al-Masirah refere que várias casas foram destruídas ou ficaram danificadas e que prossegue a busca por sobreviventes no meio dos destroços. Até ao momento, há registo de uma dezena de feridos.
Nas últimas 24 horas, a aviação da coligação militar liderada pelos sauditas levou a cabo mais de meia centena de raides em várias zonas da capital e províncias iemenitas, segundo a mesma fonte.
Em comunicado, citado pelo canal libanês Al Mayadeen, a coligação referiu que os ataques aéreos sobre Saná, levados a cabo ontem à noite e hoje de madrugada, surgem como «resposta à ameaça e são dedicados à necessidade militar», acrescentando que «a situação no terreno requer ataques contínuos em resposta à ameaça».
Retaliação pelo ataque iemenita contra «infra-estruturas estratégicas» em Abu Dhabi
Tudo parece indicar que os intensos bombardeamentos desta noite são um acto de retaliação pelo ataque que o Exército iemenita lançou, ontem, contra «infra-estruturas estratégicas» nos Emirados Árabes Unidos (EAU), em virtude do seu papel na guerra de agressão contra o Iémen.
De acordo com as autoridades emiradenses, os ataques levados a cabo com mísseis e drones atingiram as instalações da empresa petrolífera nacional na zona industrial de al-Musaffah e uma zona de construção perto do Aeroporto Internacional de Abu Dhabi, provocando três mortos – um cidadão paquistanês e dois de nacionalidade indiana – e seis feridos.
Numa declaração realizada ontem à noite, Yahya Saree, porta-voz das Forças Armadas do Iémen, afirmou que se tratou de uma «operação qualitativa […] em resposta à escalada de agressão contra o país».
O militar iemenita pediu às empresas e aos cidadãos estrangeiros, bem como aos residentes no «Estado inimigo dos Emirados» que «permaneçam longe de instalações vitais», tendo em conta que «os EAU são um Estado inseguro enquanto prosseguir a escalada de agressão contra o Iémen».
Navio dos Emirados apreendido em Hudaydah
No passado dia 3, Yahya Saree informou que as tropas iemenitas e combatentes dos comités populares tinham conseguido apreender um navio de bandeira iemenita ao largo do porto de Hudaydah, transportando diverso material militar.
Hussein al-Azi, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Salvação Nacional do Iémen, destacou que o navio não trazia «tâmaras ou brinquedos», mas «armas destinadas a grupos extremistas que põem em risco a vida de cidadãos comuns».
Numa declaração efectuada ontem à tarde, Jake Sullivan, Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA – um dos países ocidentais mais envolvidos na guerra de agressão ao Iémen desde Março de 2015 – classificou os ataques a Abu Dhabi como «terroristas».
Sublinhando que o compromisso dos EUA com a segurança dos EAU é «inabalável», prometeu trabalhar no sentido de «responsabilizar» os Hutis, que assumiram a autoria do ataque.
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