No seu portal, a Confederação Intersindical Galega (CIG) acusa o executivo de Madrid de se colar aos interesses do patronato do sector metalúrgico na província de Pontevedra «ao impedir uma manifestação autorizada de trabalhadores em Vigo», no contexto da terceira jornada de greve em defesa de um «acordo digno».
Além disso, a central sindical exige a demissão do delegado do Governo espanhol, tendo em conta aquilo que classifica como «desproporcionada actuação das forças policiais», que provocou dezenas de feridos.
A terceira jornada de greve no sector, com o objectivo de reclamar condições de trabalho, melhores, que o patronato se recusa a aceitar, decorria com normalidade e com «adesão massiva» – inclusive, refere a CIG, maior que nos dias anteriores – até que, em Vigo, um forte cordão policial impediu a passagem da manifestação, que, como no dia 20, devia acabar no IFEVI – Instituto Feiral de Vigo.
O objectivo era o mesmo de terça-feira passada: levar as reivindicações até ao recinto onde decorria a Mindtech, feira internacional da indústria e das tecnologias da metalurgia, organizada pela associação patronal Asime.
Responsáveis das organizações convocantes – CIG, CCOO e UGT – tentaram, sem êxito, que a mobilização continuasse, tendo negociado nesse sentido com as unidades antidistúrbios, que efectuaram várias cargas, recorrendo também a balas de borracha e ferindo dezenas de pessoas.
A partir de então, os manifestantes dispersaram-se, dividindo-se em grupos, que conseguiram chegar ao IFEVI e cortaram por várias vezes o trânsito da autoestrada.
«O governo posiciona-se claramente ao lado do patronato e impede que exerçamos o nosso legítimo direito à greve e de mobilização», criticou a CIG, fazendo questão de deixar claro que os protesto vãos continuar nos próximos dias, até que tenham resposta as «legítimas aspirações» dos trabalhadores do sector, «que passam por uma melhoria substancial das condições de trabalho» e um «aumento justo dos salários».
Plenário
Antes do início da manifestação, realizou-se um plenário amplamente participado, em que as centrais sindicais insistiram nas exigências para o sector e em que se abordou o prolongamento da greve, que continuará a 28 de Junho e a 6 e 7 de Julho.
Além de Vigo, refere a CIG, a greve também teve especial impacto na comarca de Pontevedra, no Salnés e no Deza, onde centenas de piquetes percorreram as principais empresas e zonas industriais, e onde houve várias manifestações.
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