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Funcionários públicos latino-americanos e caribenhos reforçam laços com a China

A China e a Confederação Latino-americana e das Caraíbas de Trabalhadores Estatais (Clate) procuram aprofundar linhas de trabalho conjunto e estreitar laços de amizade que unem o país asiático aos povos da região.

Representantes da Confederação Latino-americana e das Caraíbas de Trabalhadores Estatais (Clate) reuniram-se com Wang Xiaoxu, ministro conselheiro da Embaixada da China em Buenos Aires, a 29 de Julho de 2025 Créditos / clate.net

Julio Fuentes, presidente da Clate, organização regional com sede em Buenos Aires, encontrou-se esta terça-feira na Embaixada da China na Argentina com o ministro conselheiro Wang Xiaoxu, com quem manteve um «diálogo produtivo» sobre questões de defesa dos direitos dos trabalhadores, nomeadamente da negociação colectiva, na América Latina e nas Caraíbas.

De acordo com o portal da Clate, as partes abordaram também a possibilidade de novos formatos de cooperação, institucional e académica, entre a China e o organismo regional.

Na ocasião, Fuentes explicou a Wang os esforços que a confederação leva a cabo para juntar as organizações sindicais que defendem os funcionários públicos, apoiar as suas lutas por melhores salários e condições de trabalho, assim como para potenciar a formação dos seus quadros, sobretudo os jovens.

O dirigente sindical apresentou ao diplomata chinês o relatório sobre a Convenção n.º 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que foi exposto na última Conferência (anual) Internacional do Trabalho, realizada em Genebra (Suíça), refere a Prensa Latina.

Instrumento fundamental para a protecção dos direitos dos funcionários públicos

Fuentes recordou que essa convenção da OIT é um instrumento fundamental para proteger os direitos dos funcionários públicos, promover a justiça social e reforçar a democracia no âmbito laboral.

Diz respeito à protecção do direito de sindicalização e aos procedimentos que determinam as condições de emprego na administração pública. «Em resumo, visa garantir que os funcionários públicos tenham direito a formar sindicatos e que as suas condições de trabalho sejam negociadas colectivamente», acrescenta a fonte.

«Protege os trabalhadores contra qualquer discriminação que vise menosprezar o seu direito à liberdade sindical, como ser despedidos ou prejudicados por se filiarem num sindicato ou participarem em actividades que estes organizem e convoquem», lembrou.

Tais premissas são aplicadas a todos os que trabalham para a administração pública, excepto no caso de existirem disposições mais favoráveis consagradas noutras convenções internacionais.

De acordo com a Clate, a reunião entre Fuentes e Wang serviu também para dar continuidade ao trabalho de formação do organismo em assuntos internacionais e institucionais, e girou em torno das possibilidades de novas formas de cooperação.

Ambos os interlocutores aproveitaram ainda o encontro para partilhar as suas perspectivas sobre a actual situação política e social na Argentina e na América Latina.

Saudação aos trabalhadores argentinos, defesa da negociação colectiva e interesse pela China

No final de Junho, durante a celebração do 14.º Congresso da Clate, em que mais de uma centena de delegados de 17 países da região tiveram como anfitrião a Associação Trabalhadores do Estado (ATE), em Buenos Aires, houve uma saudação solidária especial dirigida aos funcionários públicos argentinos, em virtude «do ataque constante aos seus direitos promovido pelo governo de Javier Milei», indica o organismo no seu portal.

No âmbito dos trabalhos, foi dado amplo destaque à negociação colectiva no sector público, que a Clate aponta como «caminho a seguir».

Também houve espaço para uma palestra sobre a China e a América Latina e as Caraíbas, a que se seguiu um debate sobre experiências e perspectivas na região no que toca à relação com o país asiático.

Do interesse crescente dos trabalhadores latino-americanos pelo papel da China na actualidade também é testemunho o debate que a Clate organizou em Maio deste ano, na capital argentina, com o título «O papel do Estado no desenvolvimento nacional da China e a Argentina», que contou com a presença de vários especialistas, académicos e de Wang Xiaoxu.

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