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|Bolívia

Forças populares defenderão a democracia nas ruas, afirma presidente boliviano

O chefe de Estado da Bolívia, Luis Arce, afirmou este domingo que as forças populares virão para as ruas defender a democracia face às tentativas de impor um novo golpe de Estado, a partir de Santa Cruz.

Santa Cruz, no Leste da Bolívia, foi palco de grande violência, orquestrada pela direita, segundo denunciam organizações sindicais  
Santa Cruz, no Leste da Bolívia, foi palco de grande violência, orquestrada pela direita, segundo denunciam organizações sindicais  Créditos / @ContactoSur7

«A direita quer ganhar com estes movimentos o que não pôde ganhar nas urnas», alertou Arce, em alusão às paralisações anti-governamentais e à violência promovidas por organizações de direita e paramilitares no departamento de Santa Cruz.

Durante uma concentração de agricultores na zona rural de Chuquisaca, no Sul do país, Luis Arce considerou «inadmissível» que pretendam agora «levantar a cabeça», «quando não têm o apoio popular», indica a Agencia Boliviana de Información (ABI).

A dupla formada por Luis Arce e David Choquehuanca, do Movimento para o Socialismo (MAS), venceu as eleições gerais de 2020 com 55,1% dos votos.

Por seu lado, o secretário executivo da Central Obrera Departamental (COD) de Santa Cruz, Rolando Borda, denunciou, numa entrevista concedida ao canal Bolivia TV, que o assalto recente à sede do sindicato foi planeado e financiado por «alguns empresários» do departamento oriental do país.

Borda disse que as acções violentas, levadas a cabo em Santa Cruz no âmbito da paralisação indefinida convocada por organizações de direita, «foram planeadas com tempo», envolvendo carregamentos de petardos e financiamento da parte de alguns empresários.

Com base em informações que recebeu, o dirigente sindical afirmou que os financiadores dos assaltos e saques à sede da COD e às instalações da Federación Departamental de Campesinos, no passado dia 11, possuem bastante armamento numa propriedade luxuosa em Puerto Suárez, junto à fronteira com o Brasil.

Ao participar no 40.º aniversário da Federación Única de Trabajadores de Pueblos Originarios de Chuquisaca, Luis Arce denunciou a desestabilização da direita em Santa Cruz e apelou à defesa da democracia / @LuchoXBolivia 

Para Borda, a situação que se vive no departamento de Santa Cruz há mais de 21 dias «não é uma paralisação», mas «uma ditadura fascista» devida ao «capricho de duas pessoas, especialmente do governador, Fernando Camacho».

Ataques com bombas incendiárias, tacos de beisebol e machetes

Na sexta-feira passada, organizações sindicais e camponesas realizaram uma marcha pelas ruas de Santa Cruz contra a paralisação que a direita impõe há mais de três semanas no departamento homónimo.

A mobilização decorria de forma pacífica, com bandeiras brancas a sinalizar a paz, e foi atacada com grande violência por grupos paramilitares, «perfeitamente coordenados», no centro da cidade.

Seguindo em carros ou motorizadas, grupos de indivíduos atacaram os participantes na mobilização com bombas incendiárias caseiras, cintos com espinhos (rebites), tacos de beisebol e machetes, informa a ABI.

Vários polícias e membros de uma equipa do canal Bolivia TV ficaram feridos no contexto do ataque (imagens de vídeo), a que se seguiu o saque e o incêndio da federação departamental de agricultores, e a pilhagem e destruição da sede da COD.

No mesmo dia, imóveis estatais e de organizações sociais foram igualmente atacados e vandalizados. Já na madrugada de domingo, a Unión Juvenil Cruceñista atacou com petardos o Bairro Plan Tres Mil, conhecido pelo facto de os seus habitantes não alinharem com a direita.

Em resposta às acções de «extrema violência e de carácter racista», Luis Arce disse «ao país e ao mundo» que o seu governo e as organizações sociais estão «mais unidos que nunca», refere a ABI.

Já esta noite, numa reunião realizada em Santa Cruz, o governador Camacho e o dirigente «cívico» Rómulo Calvo – tidos como os dinamizadores da oposição violenta ao governo de Arce – decidiram manter os bloqueios nas ruas e as medidas de repressão contra quem se opuser durante mais 72 horas.

Na reunião, os dirigentes aceitaram que o governo realize o Censo de População e Habitação em Março de 2024, mas sob uma série de condições, como a libertação de 20 pessoas detidas pelas forças de segurança em Santa Cruz ou a aplicação das novas circunscrições eleitorais e da nova distribuição de mandatos já às eleições gerais de 2025.

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