De acordo com um comunicado emitido pelo Pentágono esta terça-feira, o titular da pasta da Defesa, James Mattis, respondeu a um pedido realizado pelo Departamento da Segurança Nacional.
A presença de militares norte-americanos na região fronteiriça, decretada por Donald Trump no final de Outubro, devia terminar no próximo dia 15 de Dezembro. Até essa data, o custo previsto da operação, que envolve 5900 militares, era de 72 milhões de dólares, segundo divulgou o Pentágono.
A medida foi decretada pelo presidente norte-americano tendo em conta o avanço de caravanas de migrantes em direcção aos Estados Unidos – para ali pedirem asilo –, com o argumento de impedir a sua entrada ilegal no país.
No final do mês passado, Donald Trump, que na campanha para as presidenciais de 2016 prometera endurecer o controlo nas fronteiras, instou as autoridades mexicanas a deportar os migrantes centro-americanos.
«Façam-no de avião, façam-no de autocarro, façam-no como bem entenderem, mas eles NÃO vão entrar nos EUA. Nós fecharemos as fronteiras, se for preciso», escreveu o presidente norte-americano no Twitter.
De acordo com a Prensa Latina, a colocação de militares na fronteira Sul tem sido criticada por generais na reforma, especialistas em segurança e veteranos de guerra.
Peter Cooke, um general reformado, disse à imprensa que a mobilização de militares na fronteira é «desnecessária» e que ninguém entende muito bem a sua missão. Por seu lado, o veterano de guerra Bishop Garrison afirmou «não haver razões legítimas» para colocar um contingente de forças militares na fronteira, quando o pretexto utilizado é o de travar uma suposta invasão, refere a Prensa Latina.
Já o secretário da Defesa, James Mattis, defendeu a presença de militares, cujo número pode chegar aos 15 mil, se se cumprirem as ameaças de Trump. Para Mattis, esse reforço de tropas seria importante para garantir a segurança na zona fronteiriça. Algo que deixou claro na visita efectuada no mês passado à base de Camp Donna, no Texas.
Milhares a escapar à pobreza e à violência
Escapando à miséria, à falta de oportunidades e à violência nos seus países de origem – em grande medida consequência da política externa de Washington na América Latina –, vários grupos de migrantes centro-americanos (oriundos da Guatemala, de El Salvador e, maioritariamente, das Honduras) têm atravessado e continuam a percorrer o México com o objectivo de chegar aos Estados Unidos, em busca de uma vida melhor.
Cerca de 6000 estarão nesta altura na cidade de Tijuana (estado mexicano da Baixa Califórnia) à espera de poder solicitar asilo às autoridades norte-americanas, refere a TeleSur.
Um grupo de 200 migrantes conseguiu passar ontem de Ciudad Juárez, no estado mexicano de Chihuahua, para El Paso, no Texas, onde esperaram seis horas que agentes da patrulha fronteiriça os detivesse, tendo solicitado asilo posteriormente.
Uma migrante disse à Prensa Latina que o grupo tinha decidido sair de Tijuana devido à violência que os migrantes ali enfrentam na fronteira, por parte da parte da patrulha norte-americana.
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