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Dos mais de 2000 cidadãos norte-americanos inquiridos, a maior parte manifestou preocupações com os custos de uma eventual ida a uma urgência, por causa dos custos, refere o periódico The Hill, com base nos resultados da investigação publicada dia 16 em The American Journal of Managed Care.

Os mais propensos a evitar uma ida às urgências são indivíduos na faixa etária dos 50 e dos 60 e poucos anos, os que não têm cobertura de seguro, os que têm rendimentos mais baixos e os que dizem ter uma saúde mental normal ou má.

No estudo agora publicado, realizado em Junho de 2020, os autores afirmam que a Covid-19 colocou muita pressão sobre as finanças de muitas casas norte-americanas, e os dados mostram que, em 2022, as despesas com a saúde atingiram os níveis mais elevados desde 1985.

Nas conclusões do estudo, afirma-se que 80% dos adultos se mostraram preocupados com os custos de uma ida às urgências (com 45% a manifestarem grande preocupação).

«Como médica de urgências, vejo pacientes que chegam à unidade depois de terem adiado a vinda. Muitas vezes, chegam mais doentes do que estariam se tivessem recebido cuidados médicos antes», disse num comunicado a autora principal do estudo, Rachel Solnick, da Escola de Medicina Icahn, em Nova Iorque.

«Estes resultados evidenciam a importância de reduzir o número de pessoas sem seguro e a necessidade de que as seguradoras comuniquem claramente a cobertura dos serviços de emergência», acrescentou.

De acordo com o estudo, os norte-americanos mais velhos enfrentam um risco mais elevado de insegurança económica. Isto, em conjunto com dados que mostram que metade deles não consegue fazer frente às despesas básicas, aponta para uma maior dificuldade desta população em enfrentar um custo inesperado com a saúde.

O estudo, refere The Hill, foi realizado antes da aprovação da Lei Sem Surpresas, que visa evitar a «cobrança surpresa» por tratamentos de urgência quando alguém recebe cuidados fora da sua rede de seguro. No entanto, os autores destacam que a lei deixa espaços sem cobertura.

Também existem os programas Medicare (que dão cobertura a pessoas com deficiência e com 65 anos ou mais) e Medicaid (cobertura a pessoas com menos recursos). Ainda assim, destacam os autores, o impacto financeiro de uma ida às urgências é uma preocupação para os norte-americanos, sobretudo «para os que ainda não atingiram a idade em que podem ter ajuda do Medicare e não se enquadram nos limites dos rendimentos do Medicaid».

Os investigadores sugerem que as políticas futuras devem ajudar a reduzir as despesas directas da população vulnerável.