Os dados sobre o comércio mundial de armas foram actualizados esta segunda-feira pelo Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), que registou um decréscimo de 5,1% neste tipo de comércio entre o período 2018-2022 e o quinquénio anterior (2013-2017).
A nível regional, o SIPRI regista decréscimos substanciais na importação de armamento pesado em África (-40%), nas Américas (-21%), na Ásia e na Oceânia (-7,5%), e no Médio Oriente (-8,8), mas sublinhando que, no meio destas percentagens gerais, há que dar atenção a variações particulares.
Já a Europa – sobretudo os países-membros da NATO – registou um aumento substancial de importação de armas (47%) neste período. Reino Unido (+31%), Polónia (+64%), Noruega (+285%) ou Países Baixos (+307%) são alguns desses países. A Ucrânia tornou-se um grande importador de armamento pesado em 2022 (o terceiro a nível mundial, depois da Índia e do Catar), na sequência da invasão russa.
Na Ásia Oriental (+21%) e na Oceânia (+25%) também se verificou um aumento substancial de importações de armas no período 2018-2022, indica o SIPRI. Fortes aliados dos EUA como são o Japão, a Coreia do Sul e a Austrália registaram os maiores aumentos de importações: 171%, 61% e 23%, respectivamente.
Outro elemento destacado pelo SIPRI é que, apesar da queda geral verificada nas importações de armas pelos países do Médio Oriente, na região ainda se encontram alguns dos maiores importadores de armamento pesado a nível global, como a Arábia Saudita e o Catar (só superados pela Índia).
Países da NATO, com EUA destacado à cabeça, dominam a exportação de armas
De acordo com os dados divulgados pelo SIPRI, as exportações de armas pesadas por parte de países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) representam praticamente dois terços das registadas no período 2018-2022.
Os EUA consolidaram a primeira posição como maior exportador de armamento, com um aumento de 14% em relação ao quinquénio anterior. As suas exportações, que representam 40% do total mundial do período em consideração, destinaram-se a 103 países.
EUA, França (11%), Alemanha (4,2%), Itália (3,8%), Reino Unido (3,2%) Espanha (2,6%) – todos na lista dos dez maiores exportadores de armas – são responsáveis por quase dois terços da quota mundial deste comércio.
A Federação Russa (16%) mantém a segunda posição na lista de exportadores, com o SIPRI a destacar o facto de a distância para os EUA (no primeiro posto) ter vindo a aumentar e a distância para a França (no terceiro posto) estar a diminuir.
A este facto poderão não ser alheias as sanções impostas ao país ou a ênfase colocada pela Rússia no equipamento das suas próprias forças armadas.