Rejeitando o aumento do preço de dois tipos de gasolina no Equador (Extra e Ecopaís) desde a sexta-feira passada, grupos de manifestantes incendiaram pneus em vários pontos das cidades de Quito e Guayaquil e cortaram diversas vias, esta terça-feira.
Dirigentes da Unión Nacional de Educadores (Une) e da Federación de Estudiantes Universitarios del Ecuador (Feue) pronunciaram-se nas redes sociais contra a medida governamental, sublinhando que o aumento de preço prejudica a vida de todos.
«Ontem, foi o IVA, hoje são os combustíveis, amanhã serão as taxas de juro da banca. Este 4 de Julho, mobilização em todo o país», escreveu a Une no Twitter (X).
Nery Padilla, presidente de la Feue Nacional, afirmou que o aumento do IVA não serviu para combater a insegurança, tal como o governo de Noboa anunciou, uma vez que, entretanto, aumentaram as extorsões e mortes violentas.
Em seu entender, «a subida do IVA e dos preços das gasolinas é um mecanismo para empobrecer o país».
Por seu lado, o presidente da Une, Andrés Quishpe, afirmou que o aumento do preço da gasolina responde a acordos firmados com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e implica aumentar o custo de vida, bem como condenar mais equatorianos à pobreza.
O FMI ordena, o governo de Noboa cumpre e corta verbas na saúde e educação, entre outros sectores, frisou Quishpe, em alusão a um acordo entre o organismo e o governo em troca de um empréstimo, refere o portal almaplus.tv.
Quishpe disse ainda que os protestos realizados esta terça-feira são só um «aquecimento» para a «grande mobilização nacional» de amanhã, com protestos nas 24 províncias do país sul-americano.
Segundo refere a almaplus.tv, as gasolinas Extra e Ecopaís passaram de 2,46 para 2,72 dólares, depois de o governo ter eliminado os subsídios. A partir de 11 de Julho, o preço poderá aumentar no máximo 5% ou descer no máximo 10% por mês, consoante a variação do preço internacional do petróleo e dos combustíveis.
O executivo de Noboa atribuiu uma compensação económica a donos de táxis e proprietários de outras viaturas de transporte público para evitar o aumento do preço das tarifas, mas a medida é vista como insuficiente para evitar um efeito dominó no custo de vida.
Recorde-se que organizações sindicais, sociais, estudantis, de indígenas e diversos sectores se manifestaram nas ruas do país em Outubro de 2019 e Junho de 2022, com paralisações prolongadas em protesto contra a agenda neoliberal dos então presidentes Lenín Moreno e Guillermo Lasso, que também pretendiam eliminar os subsídios dos combustíveis.
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