|António Bernardo Colaço

E a arma nuclear de Israel?

O mundo assistiu atónito aos últimos acontecimentos no Médio Oriente, nomeadamente à intervenção dos EUA no ataque às três bases de material nuclear do Irão – Fordow, Natanz e Isfahan.

CréditosAbir Sultan / EPA

Esta intervenção ocorreu em 21 de Junho, na sequência de uma primeira investida unilateralmente tomada pelo governo de Israel em 13 do mesmo mês às instalações de enriquecimento de urânio daquele país, sob a alegação de que essas bases constituíam uma ameaça à existência de Israel. É, pois, de se concluir que o envolvimento dos EUA ocorreu num manifesto apoio à política do governo de Benjamin Netanyahu, em consonância com o «perigo» alegado por Benjamin Netanyahu, como ainda na prossecução deste na sistemática eliminação física do povo palestiniano em Gaza (e não só), na previsão de criação de um «Grande Israel».

Sem prejuízo deste ataque ter sido condenado, não só por vários nações, face à violação da integridade territorial de um país soberano, como ainda pela ONU, na voz do seu secretário-geral, António Guterres, por violação à Carta das Nações Unidas e do direito internacional, a verdade é que foi efusivamente saudado por outros, entre os quais figuram Kaja Kallas, chefe da diplomacia da União Europeia, para quem «não se pode permitir que o Irão desenvolva uma arma nuclear, pois representa uma ameaça à segurança internacional», e o primeiro-ministro do Reino Unido, para quem «o governo Trump tomou medidas para aliviar a ameaça de que o Irão se torne uma potência nuclear».

«Tanto quanto sei, são oito os países titulares do poder nuclear – EUA, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Coreia do Norte. Não ouso incluir Israel, dada a ambiguidade e o secretismo que envolve este país neste domínio.»

 

E isto... para não falar da ridícula postura do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, ao dirigir-se, a este propósito, subjugadamente ao Donald Trump por daddy.

Tanto quanto sei, são oito os países titulares do poder nuclear – EUA, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Coreia do Norte. Não ouso incluir Israel, dada a ambiguidade e o secretismo que envolve este país neste domínio.

Apenas uma indagação: O que é que se passa no Complexo Nuclear de Dimona, também conhecido por Centro de Pesquisas Nucleares de Negueve? Será que Israel corre o risco de ser o único país do Médio Oriente a possuir armamento nuclear?

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