Na última reunião da Comissão dos Transportes e Turismo do Parlamento Europeu, o deputado João Ferreira manifestou a sua preocupação face à reiterada ausência de interpretação de/para português nas reuniões oficiais do Parlamento.
«Depois de um reparo inicial, onde chamou a atenção para a necessidade de assegurar um efectivo respeito pelo princípio do multilinguismo no funcionamento regular do Parlamento Europeu, o deputado decidiu prosseguir a sua intervenção em português, vincando assim a sua posição de defesa da Língua Portuguesa nesta instituição», lê-se num comunicado dos eleitos comunistas.
O episódio levou à dinamização de uma carta dirigida ao Presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, aberta à subscrição de outros deputados, na qual se apela a um efectivo respeito pelo direito do multilinguismo, conforme consagrado nos Tratados, que permite que os eleitos se expressem na sua própria língua.
Os deputados do PCP lembram que o funcionamento do Parlamento Europeu se alterou «drasticamente» devido às medidas sanitárias aplicadas desde que o surto de Covid-19 se intensificou na Europa.
Reconhecem que o número de línguas disponíveis nas salas de reunião das comissões «tem vindo a aumentar», mas, denunciam, «mais de metade das línguas continuam a não ter interpretação», e exigem soluções que respeitem o princípio do multilinguismo e permitam o uso de qualquer uma das 24 línguas oficiais da União Europeia.
Realçam que a expressão de cada eleito na sua própria língua «é uma prioridade» para o pleno exercício do mandato e uma «condição de respeito» pelos cidadãos que o elegem. A preocupação agudiza-se atendendo «ao fluxo de trabalho esperado nas comissões depois destes seis meses atípicos», alertam.
Os eleitos comunistas sublinham ainda que a defesa da Língua Portuguesa e o respeito pela sua utilização são «parte integrante da luta mais geral em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo português».
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