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Crise de refugiados em Itália mostra duplo critério da UE

Têm sido milhares os migrantes que têm chegado à ilha italiana de Lampedusa. Von der Leyen anunciou um plano de dez pontos que só revela que a tolerância com ucranianos não é a mesma relativamente a refugiados africanos.

CréditosYves Herman; POOL / EPA

O Governo de extrema-direita tem vindo a promulgar medidas para lidar com as situação dos refugiados, medidas que envolvem decretar o estado de emergência e a facilitação na detenção de menores. A acção é, no mínimo, censurável e coloca em evidência quais são realmente os valores europeus propagandeados. 

Ao longo dos últimos dias têm chegado milhares de migrantes à ilha italiana de lampedusa e como tal, o Governo de extrema-direita italiano lançou o desafio à presidente da Comissão Europeia a visitar o local, não por «solidariedade» com os refugiados, mas para ver a situação.

Neste sentido, Ursula Von der Leyen anunciou um «um plano de ação para enfrentar a imigração irregular» e disse que «a Itália pode contar com a União Europeia». Longe do apoio estão os refugiados, longe do discurso estão as razões que levam a que as pessoas procurem segurança na Europa, longe estão as reais soluções.

Importa recordar que o movimento de refugiados e imigrantes oriundos de várias regiões do continente africano e Médio Oriente são autênticas fugas à pobreza, à guerra e à morte, consequência dos processos de desestabilização em vários pontos do globo provocados com vista ao domínio económico e de saque dos recursos naturais aos quais EUA, da NATO e União Europeia não são alheios.

A acção da União Europeia não tem sido no sentido de resolver a raiz dos problemas, mas adoptar uma postura legalista que muitas vezes passa por deixar morrer milhares de pessoas que tentam cruzar o mediterraneo em condições que colocam em risco a própria vida, tal não é o desespero. 

O que Von der Leyen anunciou não foi a solução, foi o desvio das atenções que somente alimenta a retórica da extrema-direita italiana e europeia. A presidente da Comissão Europeia optou por falar de traficantes, como se o problema central fosse esse: «Decidiremos quem chega à Europa e não os traficantes».

O tal plano não é um plano de solidariedade, mas sim de negação da dignidade humana pois inclui expandir missões navais da União Europeia no Mediterrâneo ou criar uma nova, repatriamentos mais rápidos de pessoas cujos pedidos de asilo forem rejeitados.

Se a preocupação era alegadamente os «traficantes», Von der Leyen fez questão de garantir que a Itália receberá um financiamento de mais de mil milhões de euros em troca de medidas de contenção da imigração, ou seja do reforço da vedação da Europa a quem procura fugir da guerra e da morte certa. 

Toda esta postura contrasta com a predisposição de receber refugiados ucranianos. A Fevereiro de 2022, Von der Leyen disse: «Temos trabalhado durante semanas para estarmos preparados para o pior, esperando o melhor, mas estando preparados para o pior e, portanto, chegámos a essa fase de nos prepararmos para potenciais refugiados. Temos agora todos os Estados-membros da linha da frente com planos de contingência explícitos para acolher e acolher imediatamente os refugiados da Ucrânia».

Fica evidente que para a União Europeia há dois elementos centrais: a existência de refugiados de primeira e refugiados de segunda; a existência de diferenças no valor da vida humana; a existência de um discurso e medidas que acomodem as reivindicações e vontades da extrema-direita. 
 

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