Numa comunicação transmitida pela rádio e pela televisão, a presidente do Poder Eleitoral, Tibisay Lucena, deu a conhecer uma série de medidas com vista a garantir que todos os venezuelanos possam exercer o direito ao voto nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), no próximo dia 30.
Para as pessoas que vivem em zonas onde ocorreram acções de violência promovidas pela oposição o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) irá disponibilizar «locais de voto de recurso».
No que respeita à Área Metropolitana de Caracas, Lucena disse que será criado um local de voto desta natureza no Poliedro, «onde poderão votar os eleitores do município de Chacao; das freguesias de Baruta e Cafetal (município de Baruta); do município de El Hatillo – excepto na sua zona rural; da freguesia de Leoncio Martínez e da zona oeste da freguesia de Petare (município de Sucre); bem como [eleitores] de locais de voto das freguesias de El Valle, La Vega e El Paraíso, no município de Libertador», informa a TeleSur.
Nas freguesias onde ocorra alguma acção violenta ou ameaça à integridade física dos eleitores, estes poderão votar em qualquer outro local do município onde estão inscritos no Registo Eleitoral, explicou a responsável máxima pelo Poder Eleitoral venezuelano.
Estas medidas enquadram-se nos artigos 62.º e 63.º da Constituição e 48.º, ponto 1, da Lei Orgânica do Poder Eleitoral, que garantem aos eleitores a possibilidade de exercer em liberdade e com tranquilidade o seu direito ao sufrágio, disse Lucena, acrescentando que, ainda assim, as freguesias abrangidas pelos «locais de voto de recurso» representam apenas 6,66% das 1141 do país.
Plano República em andamento
Defender a população, cuidar do material eleitoral e garantir que os cidadãos acorrem aos locais de voto sem inconvenientes no dia 30 de Julho, quando serão eleitos 537 dos 545 deputados à ANC, é a tarefa que começaram a cumprir os mais de 232 mil efectivos das Forças Armadas Bolivarianas destacados para os locais de votação na sexta-feira passada, quando teve início o Plano República.
Já este domingo, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, avisou que convocar acções partidárias, como mobilizações, para os locais de voto constitui um acto de provocação, tendo pedido prudência, segundo informa a AVN.
Para esta segunda-feira, sectores da auto-proclamada Mesa da Unidade Democrática (MUD) apelaram à mobilização, tendo como alvo os locais de votação. Freddy Guevara, coordenador do partido Voluntad Popular e um dos principais instigadores destas acções, insiste nas ameaças contra as eleições para a ANC: «Sem dúvida esta semana temos de nos centrar completamente em enfrentar essa loucura», escreveu no Twitter, citado pela AVN.
O ministro venezuelano da Defesa recordou que os 14 515 locais de voto foram declarados como Zona de Protecção Especial Temporária e considerou «irresponsáveis» os apelos da extrema-direita, que «roçam a apologia do crime».
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