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China: as guerras «não devem ser travadas e não podem ser ganhas»

O Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros criticou, esta quinta-feira, as declarações do secretário da Defesa dos EUA, por instigarem o confronto e promoverem a retórica da chamada «ameaça chinesa».

Lin Jian, representante do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, em Pequim Créditos / Global Times

Numa conferência de imprensa em Pequim, Lin Jian, representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros, referiu-se esta quinta-feira às declarações feitas no dia anterior a um programa da Fox News pelo secretário norte-americano da Defesa, Pete Hegseth.

Hegseth afirmou que os EUA estão «preparados» para uma guerra com a China e que precisam de ser «fortes», sendo por isso que «estão a reconstruir as suas forças armadas».

«Vivemos num mundo perigoso, com países poderosos e em ascensão, com ideologias muito diferentes», observou o secretário norte-americano da Defesa, depois de o país asiático ter retaliado contra a imposição de tarifas aos produtos chineses por parte da administração norte-americana e ter deixado claro que está disposto a responder, caso os EUA enveredem por uma «guerra comercial ou tarifária».

Ontem, em Pequim, Lin criticou as declarações do responsável norte-americano, considerando que «instigam o confronto ideológico» e «promovem a retórica da chamada "ameaça chinesa"».

Neste contexto, indica o Global Times, o representante da diplomacia chinesa exortou os EUA a deixarem de projectar a sua «mentalidade hegemónica» na China, a não encararem as relações entre ambos os países «através das lentes datadas do pensamento da guerra fria» e a não usarem «o disfarce da concorrência estratégica para implementar uma verdadeira política de contenção e repressão» contra a China.

«Seja uma guerra de tarifas ou uma guerra comercial, seja uma guerra fria ou uma guerra quente, não devem ser travadas e não podem ser ganhas», frisou Lin.

Já esta semana, o Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros tinha repudiado declarações feitas no final de Fevereiro pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, à Fox e a outros canais, em que atacava a China com um ímpeto renovado no plano comercial e tarifário, renovava acusações sobre o surgimento da Covid-19, e usava as questões de Taiwan e do Mar do Sul da China para defender o «potencial militar» dos EUA.

China enaltece celebração do Dia Internacional do Diálogo entre Civilizações

Em resposta a uma pergunta, esta quarta-feira, Lin Jian recordou que no próximo dia 10 de Junho se assinala, pela primeira vez, o Dia Internacional do Diálogo entre Civilizações, na sequência de uma resolução apresentada pelo seu país que foi aprovada por unanimidade na Assembleia Geral das Nações Unidas, o ano passado.

«Como país proponente, a China está pronta para trabalhar com todas as partes para implementar o espírito da resolução», disse Lin, acrescentando que o país asiático está igualmente disposto a «promover intercâmbios e a aprendizagem mútua entre civilizações».

Em seu entender, refere a Xinhua, trata-se de um contributo significativo para dinamizar as trocas e os diálogos entre as várias civilizações mundiais, bem como para promover a paz no mundo e o desenvolvimento.

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