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China e países da Ásia Central aprofundam parcerias e laços económicos

No encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização para a Cooperação de Xangai foi patente a aposta no aprofundamento da cooperação e do desenvolvimento. A China não perde a embalagem.

Foto de grupo no Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização para a Cooperação de Xangai, que se realizou em Tashkent a 29 de Julho de 2022 
Créditos / China Daily

Decorreu esta sexta-feira, em Tashkent, capital do Uzbequistão, o Conselho dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização para a Cooperação de Xangai (OCX), tendo como um dos objectivos preparar a cimeira do organismo, que terá lugar, no Outono, na cidade uzbeque de Samarcanda.

Na reunião, em que foi destacado o papel da OCX na promoção do desenvolvimento e da prosperidade regional, os diplomatas defenderam o reforço da solidariedade e a activação do multilateralismo, tendo em conta as mudanças rápidas que ocorrem na situação internacional.

Neste sentido, informa a agência Xinhua, concordaram em aprofundar a cooperação mutuamente benéfica, melhorar o nível de conectividade regional, destacando que a OCX irá desempenhar um papel de maior relevo na promoção da estabilidade das cadeias internacionais de produção e fornecimento.

A Organização para a Cooperação de Xangai, criada em 2001, é integrada por Cazaquistão, China, Índia, Paquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão – país que assume actualmente a presidência. Afeganistão, Bielorrússia, Irão e Mongólia têm o estatuto de países observadores.

China e Ásia Central reforçam parcerias e ligações

No âmbito dos acordos alcançados na reunião de diplomatas da OCX em Tashkent, China e dois países da Ásia Central – Quirguistão e Uzbequistão – decidiram promover o reforço dos seus laços, dando enfoque especial às ligações ferroviárias e rodoviárias, e à dinamização da cooperação económica.

Wang Yi defende que as condições para a construção da ligação ferroviária China-Quirguistão-Uzbequistão «estão a ficar maduras» / Global Times

No contexto da crise na Ucrânia, de incertezas crescentes, de grandes turbulências e profundas transformações – tal como foi apontado pelo ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, na reunião da capital uzbeque –, os países da Ásia Central têm enfrentado maiores pressões económicas e desafios ao nível da segurança.

O facto de serem países sem litoral ainda lhes limita mais as capacidades de logística e de transporte, refere o periódico Global Times. É nesse sentido que ganha maior revelo o projecto da linha ferroviária China-Quirguistão-Uzbequistão, que se insere na Iniciativa Cinturão e Rota.

Segundo indica a fonte, num encontro mantido este sábado com Wang Yi, o presidente quirguize, Sadyr Zhaparov, declarou grande interesse na ligação ferroviária e agradeceu à China por enviar técnicos para realizar estudos de viabilidade no terreno.

Por seu lado, Wang, que também sentiu igual interesse por parte das autoridades uzbeques, destacou que as condições para a construção da ligação China-Quirguistão-Uzbequistão «estão a ficar maduras».

Um projecto para o desenvolvimento comum dos países da OCX

O processo de construção da linha ferroviária encontra-se na fase dos estudos de viabilidade, com técnicos chineses já presentes em ambos os países. Em Tashkent, foi ainda abordada a necessidade de melhorar a capacidade da auto-estrada que liga a China ao Quirguistão e ao Uzbequistão, como parte de um projecto que visa potenciar a cooperação por via do transporte combinado rodoviário e ferroviário.

Mapa da Ásia Central / Wikipédia

No que respeita à cooperação entre a China e os países da Ásia Central, o país do Extremo Oriente tem colocado a ênfase no multilateralismo e na cooperação mutuamente benéfica entre estados, sublinham especialistas consultados pelo Global Times este domingo.

Zhang Hong, investigador de Estudos da Europa de Leste na Academia Chinesa de Ciências Sociais, frisou que o projecto ferroviário China-Quirguistão-Uzbequistão representa mais oportunidades e que beneficia todos os estados-membros da OCX, que enfrentam pressões acrescidas por causa das sanções impostas à Rússia.

«No passado, a cooperação da OCX centrava-se mais na segurança», disse Zhang, sublinhando que, hoje, se valoriza o desenvolvimento conjunto e que a cooperação ao nível das infra-estruturas e da energia estão a ser abordadas.

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