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Caças sauditas atacam autocarros no Iémen e matam pelo menos 15 civis

Um ataque aéreo realizado este sábado pela aviação saudita atingiu dois autocarros com pessoas que fugiam da província costeira de Hudaydah, que é alvo de uma ofensiva militar desde meados de Junho.

Um homem e os seus filhos num zona bombardeada de Hudaydah
Um homem e os seus filhos num zona bombardeada de HudaydahCréditosGiles Clarke / UNOCHA

De acordo com a cadeia de TV em língua árabe al-Masirah, o ataque provocou pelo menos 15 vítimas mortais e um número indeterminado de feridos.

A mesma fonte referiu que as vítimas tentavam escapar da província de Hudaydah, que se tornou um ponto fulcral na guerra de agressão que a coligação liderada pelos sauditas mantém contra o Iémen.

Em 13 de Junho deste ano, a cidade costeira de Hudaydah, principal ponto de entrada das importações no Iémen, foi alvo de uma ofensiva concertada entre as forças militares sauditas, dos Emirados Árabes Unidos e das milícias leais a Abd Rabbuh Mansur Hadi.

De acordo com a PressTV, a ofensiva tem-se intensificado nas últimas semanas, levando a que milhares de famílias procurem fugir dali em direcção a outras partes do país.

Outro autocarro em Agosto

No dia 9 de Agosto deste ano, um raide aéreo saudita atingiu um autocarro escolar na região de Dahyan, na província nortenha de Sa’ada, provocando a morte a 51 pessoas – 40 das quais crianças – e causando cerca de 80 feridos, também crianças na sua maioria.

A guerra de agressão contra o Iémen, liderada pelos sauditas e com forte apoio das potências ocidentais, teve início em Março de 2015, sem que os agressores tenham conseguido atingir as metas que declararam querer alcançar – esmagar a resistência do movimento popular Ansarullah e recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade.

A intensa campanha militar provocou milhares de mortos e feridos entre a população civil, foi responsável pela destruição de uma parte substancial das infra-estruturas do mais pobre dos países árabes e está na origem de uma situação humanitária que as Nações Unidas classificaram como «catastrófica».

«Situação humanitária agrava-se»

Farhan Haq, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, voltou a lembrar, na sexta-feira, que o Iémen vive «a pior situação humanitária do mundo», sendo que 22,2 milhões de pessoas (num total de 28 milhões) necessitam de ajudam urgente.

Numa conferência de imprensa na sede da ONU em Nova Iorque, Farhan Haq sublinhou que «ataques aéreos incessantes da Arábia Saudita e dos seus aliados são a principal razão da crise humanitária no Iémen» e instou todas as partes no conflito a cessar os bombardeamentos, indica a HispanTV.

O representante das Nações Unidas mostrou-se particularmente preocupado com a situação na província de Hudaydah, alvo de intensos bombardeamentos de aviação e de artilharia da coligação liderada pelos sauditas.

Referindo-se à ofensiva, disse que nos últimos quatro meses mais de 570 mil pessoas perderam as suas casas e dezenas de milhares ficaram feridas.

Infra-estruturas de produção alimentar, alvo frequente de Riade

Num relatório publicado a 9 de Outubro pela World Peace Foundation, instituição integrada na Fletcher School da Tufts University (EUA), documenta-se a estratégia da Arábia Saudita e dos seus aliados na destruição de infra-estruturas de produção e de distribuição alimentar e agrícola no Iémen, em regiões controladas pelo movimento popular iemenita Ansarullah. O objectivo desta estratégia é que a população passe fome.

Na conclusão, lembra-se que «a destruição deliberada da agricultura familiar e da pesca artesanal é um crime de guerra».

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