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Biden mantém as políticas falhadas de Trump, afirma diário norte-americano

No que respeita a sanções económicas, a administração de Biden escolheu seguir o caminho traçado pelo seu antecessor, afirma uma peça publicada em The Hill, destacando os casos de Irão, Cuba e Venezuela.

Donald Trump, ex-presidente dos EUA, mostra a ordem executiva que repõe as sanções ao Irão, em 2018 
Donald Trump, ex-presidente dos EUA, mostra a ordem executiva que repõe as sanções ao Irão, em 2018 CréditosSaul Loeb / The Hill

Na campana eleitoral, o candidato Biden prometeu voltar ao acordo com o Irão e «reverter rapidamente as políticas falhadas de Trump que infligiram danos ao povo cubano»; no entanto, dois anos e meio depois de ter tomado posse, a administração de Joe Biden pouco avançou no cumprimento destas promessas, afirma o texto publicado esta quinta-feira.

Da autoria de Adam DuBard, a peça sublinha que, se as sanções económicas podem não parecer importantes ao norte-americano médio, elas têm fortes implicações para a economia mundial e os interesses nacionais dos Estados Unidos.

«O presidente Biden mostrou-se prometedor, no início, ao pedir que o Departamento do Tesouro efectuasse uma análise rápida das políticas de sanções, mas a publicação da revisão, em Outubro de 2021, foi decepcionante», afirma o autor, associado principal do Programa para o Centro de Globalização e Ordem Mundial.

Em seu entender, o facto de não voltar a entrar no acordo com o Irão é o erro mais flagrante das políticas de sanções de Biden, que, além de provocar danos à credibilidade norte-americana, funciona como um poderoso meio de dissuasão para qualquer país que pretenda celebrar acordos diplomáticos com os EUA.

Recorde-se que, já depois de concretizada a saída dos EUA, no dia 8 de Maio de 2018, do Plano de Acção Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que foi subscrito em 2015 pelo Irão e pelo Grupo 5+1 (os cinco membros com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas – EUA, Reino Unido, França, Rússia e China – e a Alemanha), o então secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, deixou clara a abordagem do seu país relativamente ao Irão: aumentar a pressão financeira e impor-lhe as «sanções mais fortes de sempre», caso Teerão se recusasse a aceitar as exigências feitas ao nível da sua política interna e externa.

O autor do texto refere-se a essa estratégia como um «fracasso total» e, sobre a atitude de Biden, lembra as palavras que Javad Zarif, ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, disse à CNN no início de 2021: «Foram os Estados Unidos que abandonaram o acordo. Foram os Estados Unidos que violaram o acordo.»

Decepcionante também em relação a Cuba

DuBard sublinha do mesmo modo que Biden se mostrou errático relativamente a Cuba e que, embora a sua administração tenha adoptado certas medidas para desfazer a atitude de linha dura de Trump, há muito espaço para o progresso.

«Seis décadas de máxima pressão sobre Cuba fracassaram por completo, servindo principalmente para causar danos aos cubanos e exacerbar as tensões com os aliados que desejam fazer negócios com Cuba. O embargo norte-americano a Cuba é incrivelmente impopular pelo mundo fora», refere o texto, que alude a uma das votações na Assembleia Geral das Nações Unidas.

«Passos como a reabertura da embaixada dos EUA em Havana e a eliminação das restrições às remessas são avanços positivos, mas a administração de Biden podia fazer muito mais», defende.

«Um dos principais seria retirar Cuba da lista de estados patrocinadores do terrorismo e acabar com o embargo de uma vez por todas. Isto não só melhoraria a vida diária dos cubanos, mas também aumentaria as oportunidades de negócio tanto para cubanos como para norte-americanos», diz DuBard.

Outro exemplo de «hesitação»: a Venezuela

Sujeita à política de máxima pressão por parte dos EUA, a Venezuela é outro país em relação ao qual Biden tomou apenas «meias medidas».

«O afrouxamento de algumas sanções no final de 2022 é um sinal positivo, mas não há uma justificação séria para manter qualquer das sanções da era Trump», defende o autor.

«Todas estas acções tiveram consequências importantes não apenas para os cidadãos dos países sancionados, mas também para os norte-americanos», destaca.

Além disso, afirma, nenhum destes países é considerado uma ameaça grave para os Estados Unidos. Numa sondagem realizada pela Quinnipiac em Março deste ano, «os norte-americanos ignoraram acertadamente o Irão, a Venezuela e Cuba quando questionados sobre o país que "representa a maior ameaça para os Estados Unidos"».

«Apenas 2% apontaram o Irão como a maior ameaça, e nenhum escolheu Cuba ou a Venezuela», refere o texto.

«Estas sanções são impopulares, ineficazes e frequentemente contraprodutivas para os interesses norte-americanos. Se alterar o curso da política externa dos Estados Unidos pode levar bastante tempo, os perigos da hesitação são bastante claros», sublinha o autor.

Em seu entender, Biden, «em vez de manter o status quo de Trump sobre as sanções», devia «cumprir as promessas» que fez durante a campanha eleitoral de 2020, «acabar com estas políticas custosas», e «regressar à diplomacia para promover a política norte-americana».

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