|Bolívia

Arce não se recandidata para evitar vitória da direita e unir a esquerda

A fim de evitar a dispersão de votos e impedir o retorno da direita fascista à Bolívia, Luis Arce anunciou a sua decisão de retirar sua candidatura às eleições presidenciais pelo partido MAS-IPSP.

O presidente da Assembleia Legislativa, David Choquehuanca, entrega a faixa presidencial a Luis Arce, durante a tomada de posse deste como Presidente da República, em La Paz, Bolívia, a 8 de Novembro de 2020. A democracia regressa ao país após um ano de interregno em que o cargo foi ocupado por uma presidente «de facto» Jeanine Áñez, na sequência do golpe de Estado antipopular de Novembro de 2019
Créditos / ABI

O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou que não será recandidato às eleições presidenciais do seu país. A sua decisão foi anunciada pela Casa Grande del Pueblo num comunicado à imprensa num momento em que se avizinha o processo de formalização dos candidatos para as eleições gerais marcadas para 17 de Agosto.

«Honrando a memória dos nossos heróis e heroínas, nossos mártires, nossos líderes que são exemplos a seguir pelos seus feitos, pela sua coragem e a sua coerência entre palavras e acções, informo firmemente ao povo boliviano a minha decisão de rejeitar a minha candidatura à reeleição presidencial nas eleições de Agosto próximo», anunciou o chefe de Estado.

Luis Arce diz não querer ser «factor de divisão do voto popular» e não querer facilitar «a concretização de um projecto de direita fascista com o qual pretendem destruir» o Estado Plurinacional, assim como o modelo económico, social, comunitário e produtivo. Segundo o mesmo, essa mesma direita quer retornar o modelo neoliberal, destruir a Revolução Democrática e Cultural, e restringir direitos conquistados pela classe trabalhadora e pelo movimento camponês.

Reiterando a sua decisão, Arce alertou ainda para o facto de que «a unidade não deve ser uma forma jurídica ou burocrática. A reorganização do movimento popular nacional exige unidade na acção, unidade na acção programática e unidade no voto», deixado o compromisso que está  disposto a contribuir para isso: «aqui estou, de cabeça erguida, sempre de frente para o povo», afirmou, enfatizando que, a partir de agora, se dedicará integralmente à sua à gestão presidencial.

Numa nota final, o ainda presidente bolivariano que a direita quer acabar com o caminho levado a cabo nos últimos 20 anos, querendo saquear o Estado, privatizar empresas públicas e despojar a Bolívia das suas riquezas, concentrando-as nas mãos de poucos e privilegiando uns poucos que estão subordinados a interesses imperialistas externos.
 

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