As jornadas de greve e mobilização de ontem e hoje, convocadas pelos sindicatos SATSE, ELA, LAB, SME, CCOO e UGT no Osakidetza (sistema público de saúde basco), visam denunciar o ataque ao serviço público.
Em comunicado, as organizações sindicais sublinham a importância da Saúde pública como um pilar do Estado de bem-estar e como um direito fundamental, garantido o acesso aos cuidados médicos a todas as pessoas, independentemente da sua condição socioeconómica.
Nas mobilizações que realizaram junto aos hospitais de Donostia, Bilbau e Gasteiz, e frente a vários centros de saúde, os trabalhadores exigiram a demissão da Conselheira da Saúde do governo basco, Gotzone Sagardui, tendo denunciado uma «gestão nefasta e política errada», considerando inaceitáveis as carências nos serviços, a falta de profissionais, as listas de espera e o encerramento de serviços, e sublinhando que não pode haver cortes no sector da Saúde.
Outro aspecto sublinhado é a pressão que está a ser colocada sobre os trabalhadores do Osakidetza, que são parte essencial do sistema público de saúde e têm estado sujeitos a grandes cargas de trabalho.
Sobre as condições de trabalho, os sindicatos denunciam ainda: a precariedade que prevalece no sector (quase metade do pessoal é temporário e não tem estabilidade); que muitos postos ficam por preencher depois de os trabalhadores se reformarem; a alteração constante de horários e turnos; o bloqueio na negociação colectiva.
Para esta sexta-feira, foi convocada nova jornada de greve, que inclui manifestações em Bilbau, Donostia e Gasteiz.
Ampla adesão
Tanto o sindicato ELA como o LAB sublinharam a elevada adesão à greve, nomeadamente nas unidades de cuidados primários. Muitos centros de saúde nem sequer abriram e alguns estiveram a funcionar em regime de serviços mínimos.
Enumerando uma longa lista de centros e serviços hospitalares afectados pela paralisação, os sindicatos afirmam que isso ocorre num contexto de imposição de «serviços mínimos totalmente abusivos, que deixaram milhares de trabalhadores sem direito à greve».
Neste sentido, as estruturas sindicais denunciam uma «nova tentativa de neutralizar, impedir e atacar o direito à greve do colectivo», tanto pela parte do Departamento do Trabalho como de algumas administrações de centros de saúde, que «interpretaram o decreto de forma restritiva e impuseram a realização de serviços mínimos acima do exigido».
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