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Ucrânia e Turquia pressionam DocLisboa por causa da programação

A direcção do festival de cinema DocLisboa divulgou ter sofrido pressões por parte das embaixadas da Ucrânia e da Turquia por causa da programação deste ano, que começa no dia 18.

A Plataforma da Cultura considera que esta opção abre a porta a que interesses económicos se sobreponham à liberdade de criação
A 16.º edição do DocLisboa decorre de 18 a 28 de Outubro com o foco «Navegar o Eufrates – Viajar no Tempo do Mundo»Créditos

Segundo Cíntia Gil, uma das diretoras do DocLisboa, o festival foi pressionado pela embaixada da Ucrânia em Portugal a retirar da programação o filme Their own Republic, de Aliona Polunina, selecionado para a competição internacional, alegando que «dá voz a uma organização terrorista».

Na carta, divulgada pela embaixada na rede social Twitter, a embaixadora Inna Ohnivets lamenta que o DocLisboa tenha decidido exibir um filme que «é uma demonstração de apoio ao terrorismo», porque se debruça sobre o batalhão Vostok, «uma formação armada ilegal das Forças Armadas da Federação Russa».

«Considero que o filme de Aliona Polunina é uma prova de apoio desta à política agressiva do Kremlin a respeito da Ucrânia», lê-se na carta, enviada à direção da associação Apordoc, que organiza o DocLisboa, e à administração da Culturgest, uma das salas que o acolhe.

A Ucrânia foi palco de um golpe de Estado no início de 2014, que colocou no poder forças fascistas e nacionalistas, que desencadearam acções violentas de repressão sobre as populações de origem russa no Leste do país. A Península da Crimeia, depois da realização de um referendo, decidiu separar-se da Ucrânia e aderir à Federação Russa em Março de 2014.

Cíntia Gil revelou ainda que o DocLisboa se reuniu com uma representante da embaixada da Turquia, a pedido desta, porque nas sinopses de dois filmes (Yol: The Full Version e Armenia, Cradle of Humanity) surgem as expressões «aniquilação do povo curdo» e, referindo-se à Arménia, «local de um dos genocídios mais violentos do século passado».

«O DocLisboa não é um festival neutro, temos uma posição política e não aceitamos interferências. É a primeira vez que me lembro de este tipo de situações acontecer. Fazemos um aviso e não uma denúncia, e convidamos os responsáveis a participarem nos debates, no final de cada filme», disse Cíntia Gil à Agência Lusa. Segundo a responsável, a representante turca não pediu para retirar os filmes, mas sim aquelas sinopses que surgem na programação.

A 16.ª edição do DocLisboa, festival de cinema dedicado ao documentário, decorrerá de 18 a 28 de Outubro, em várias salas da cidade de Lisboa.


Com Agência Lusa

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