«Um livro por três mulheres, decidido em Maio de 1971 e publicado um ano depois, com a primeira edição recolhida e destruída pela censura três dias após o seu lançamento», lê-se no portal do Museu do Aljube – Resistência e Liberdade.
Quando passam 50 anos da escrita das Novas Cartas Portuguesas, que deu origem ao processo das Três Marias, o museu revisita a «actualidade da luta das mulheres pelos seus direitos».
«A partir da obra singular de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa tentamos compreender o papel da repressão, o valor da solidariedade e a importância da vitória deste processo literário e político», acrescenta o texto de apresentação.
Com a exposição temporária «Mulheres e Resistência – Novas Cartas Portuguesas e outras lutas», patente ao público desde 6 de Maio, a instituição pretende «relevar o contributo de tantas mulheres que, com origens e percursos diferentes, inventaram e concretizaram batalhas pelos seus direitos, pela justiça social e pela liberdade, desde os anos 30 até ao 25 de Abril».
Todos estes processos, sublinham os organizadores, põem em evidência «o papel insubstituível das mulheres ao longo dos 48 anos de resistência ao fascismo e a sua importância na conquista da liberdade no nosso país».
Em exibição até 31 de Dezembro de 2021, no piso 0 do museu (antigo parlatório da cadeia), a exposição servirá de motivação para uma vasta programação paralela, que, segundo os organizadores, visa «ligar múltiplas perspectivas sobre a luta pela igualdade e pela liberdade, o tanto que já foi feito e o muito que continua por fazer».
Haverá sessões de conversa, cinedebates, teatro, música, itinerários, visitas e, promete-se, muito mais.
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