|A Escola da Noite

«o homem que» está em Coimbra e recomenda-se

O espectáculo d'A Escola da Noite é construído a partir da obra multifacetada de Augusto Baptista e cruza linguagens: desenho, fotografia, teatro. No sábado, às 17h, há uma conversa aberta ao público sobre a singular obra do autor.

«o homem que», construído a partir da obra multifacetada de Augusto Baptista, cruza as linguagens do desenho, da fotografia e do teatro e mantém-se em cena no Teatro da Cerca de São Bernardo até 30 de Junho de 2019.
Créditos / A Escola da Noite

A instalação/espectáculo o homem que é o mais recente trabalho levado à cena pela companhia conimbricense A Escola da Noite. Construído a partir da obra multifacetada de Augusto Baptista, o espectáculo cruza as linguagens do desenho, da fotografia e do teatro, tem a duração de 80 minutos, está catalogado para maiores de 14 anos e mantém-se em palco no Teatro da Cerca de São Bernardo (TCSB), em Coimbra, até 30 de Junho.

A dia 22 de Junho, sábado, pelas 17h, amantes do teatro e da literatura beneficiam de um extra único, uma conversa aberta ao público sobre Augusto Baptista e o seu singular universo criativo. Organizada pel’A Escola da Noite e moderada pelo jornalista Júlio Roldão, a iniciativa contará com a participação de dois profundos conhecedores da obra de Augusto Baptista: o ensaísta e crítico literário José António Gomes e o jornalista Fernando Madaíl. A conversa, que se adivinha interessante e reveladora, terá lugar – rodeada de desenhos do autor – no Bar/Livraria do Teatro e tem, é claro, entrada livre.

A temporada de o homem que marca a estreia de um novo horário nas produções da companhia. À quinta-feira, dia em que o bilhete tem 50% de desconto, a sessão passa a ser às 19h, mantendo-se nos restantes dias o horário habitual: à sexta e ao sábado às 21h30, ao domingo às 16h.

o homem que

Com dramaturgia e encenação de António Augusto Barros, o homem que apresenta ao público o surpreendente, instigador, poético e bem-humorado universo de Augusto Baptista, artista multifacetado que «cruza escritas» e interrogações: fotografia, desenho, textos curtos e muito curtos – incluindo «enigmas» poéticos e lúdicos – e até figurações em tangram, um jogo milenar inventado na China, revelado ao Ocidente a partir do século XIX, no qual o autor se tornou especialista, a ponto de ter publicado várias obras de tangrams ou inspiradas no tema1.

Na instalação/espectáculo A Escola da Noite transpõe para o palco esta multiplicidade de formas e linguagens, convidando o público a fazer um percurso pelo Teatro que começa logo na fachada, coberta por frases curtas de Augusto Baptista, afirmações ou interrogações que desafiam o leitor pela transgressão sistemática da língua lugar-comum e sua escrita.

No interior, dispostos no foyer, no Bar/Livraria e na sala principal, há vários núcleos expositivos, que incluem fotografias, desenhos, exemplares de livros entretanto esgotados e textos de Augusto Baptista. Em palco, os actores Igor Lebreaud, Maria João Robalo, Miguel Magalhães e Sofia Lobo dão corpo e voz a mais de duas dezenas de textos do autor, alguns dos quais inéditos.

Augusto Baptista

Augusto Baptista nasceu a 17 de Fevereiro de 1946, em Oliveira de Azeméis, e e há muito vive no Porto, freguesia de Ramalde. Cursou medicina mas trocou-a pelo jornalismo. No blogue azul-canário podemos seguir a criação dos seus aforismos.

Autor que permanece afastado dos holofotes mediáticos, Augusto Baptista é, nas palavras do investigador e professor universitário José António Gomes, «um singular fotógrafo, um animador de projectos socioculturais ligados à expressão teatral e à valorização da Lusofonia, um designer gráfico, um desenhador e cartoonista (...) mas sobretudo (...) um escritor»2.

De entre a sua bibliografia, desafortunadamente menos disponível nas livrarias generalistas do que seria desejável, deixamos uma pequena resenha. Quem sabe se a procura do leitor poderá ajudar os editores e livreiros a repararem essa injustiça.

Além de o homem que (2008), título que deu origem ao espectáculo, registámos Humor das multidões e Histórias de coisa nenhuma e outras pequenas significâncias (2000), Floripes Negra (2001), O caçador de luas (2003), Elucidário oblíquo do reino dos bichos : para crianças de tôdas as idades : fábulas, parlengas, mofas : ensinanças luminosas de A a Z com noventa e nove desenhos, recomendado pela Liga de Defesa das Línguas em Perigo d'Extinção & suas Faunas (2004), Moustache e Rabo de gato (2006), Esta terra (2012), A minha laranjeira e outros contos, Nonsense e Garrafas (2013), A explicação dos GatosENIgMATÓgRAFO (2.ª ed. aumentada e visualmente alterada), ambas em 2016, e O lobo mau no hospital (2017).

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