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No Aljube, fotografia de Uliano Lucas sobre «Revoluções»

«REVOLUÇÕES: Guiné-Bissau, Angola e Portugal (1969-1974)» estará patente ao público no Museu do Aljube de 13 de Abril a 30 de Setembro, reunindo 56 fotografias do fotojornalista Uliano Lucas.

Nos dias da Revolução dos Cravos, em Lisboa, Abril de 1974 
Nos dias da Revolução dos Cravos, em Lisboa, Abril de 1974 CréditosUliano Lucas / ulianolucas.it

A exposição do fotógrafo italiano, com curadoria de Elisa Alberani, Miguel Cardina e Vincenzo Russo, está dividida em três partes, que correspondem aos três espaços fotografados por Uliano Lucas entre 1969 e 1974.

A primeira secção – «Guiné-Bissau, 1969» – reúne algumas das fotos realizadas nas «zonas libertadas» da Guiné a pedido do PAIGC; a segunda secção – «Angola, 1972» – inclui imagens da vida quotidiana dos guerrilheiros do MPLA; a terceira intitula-se «Portugal, 1972 e 1974», retratando aspectos da vida quotidiana do nosso país no período derradeiro da ditadura (1972) e os dias de festa da Revolução (1974), revela no seu portal o Museu do Aljube – Resistência e Liberdade.

«As fotografias de Uliano Lucas [Milão, 1942] são expostas pela primeira vez em Portugal: e não há ocasião mais propícia que o ano de 2023, em que o país se prepara para celebrar os 50 anos da Revolução dos Cravos e Angola, Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Moçambique se preparam para comemorar as suas independências», sublinha a instituição.

De 1968 à Revolução dos Cravos

O ano de 1968 foi fundamental para o fotojornalista italiano, na medida em que emergiu a importância de um compromisso político que se reflecte nas reportagens que retratam os problemas e as realidades daqueles anos, como os protestos estudantis e operários.

Guiné-Bissau, 1969 / Foto de Uliano Lucas // ulianolucas.it

Os anos seguintes são marcados por reportagens sobre os movimentos de libertação, com o fotógrafo a partir frequentemente para o continente africano e a publicar trabalhos em revistas alemãs, francesas e algumas italianas, como L'Espresso ou Vie Nuove. Eram «fotos certamente políticas, que retratam a guerrilha, o quotidiano na floresta, a luta pela liberdade, o nascimento de novas democracias», afirma o portal do Museu do Aljube.

No Verão de 1969, juntamente com o jornalista Bruno Crimi (1939-2006), Uliano Lucas empreendeu uma viagem às zonas libertadas da Guiné-Bissau. A reportagem realizada foi publicada em vários jornais e motivou a publicação do livro Guinea Bissau: una rivoluzione africana (Vangelista, 1970) – com textos de Bruno Crimi e fotos de Uliano Lucas.

Uma colaboração entre ambos, no mesmo formato, seria dedicada à Revolução de Abril, intitulada La primavera di Lisbona: Anno primo della rivoluzione (Vallecchi, 1975), tal como revela o portal que é dedicado à vida e obra de Lucas (ulianolucas.it).

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