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|fotografia

Muitos mundos tem «uma guerra longa e anacrónica»

Imagens feitas por homens que em tempos foram soldados em África, guardadas ou enviadas pelo correio, escapando à censura do regime salazarista, estão em exposição no Museu do Aljube, até à Primavera.

Cartaz de «A Guerra Guardada» 
Cartaz de «A Guerra Guardada» Créditos / Museu do Aljube

Com curadoria de Maria José Lobo Antunes e Inês Ponte, a exposição «A Guerra Guardada» foi inaugurada no passado dia 13 no Museu do Aljube – Resistência e Liberdade, onde vai continuar até 20 de Março, explorando «colecções pessoais de homens que em tempos foram soldados» em África.

Durante a guerra colonial, milhares de jovens que foram recrutados para Angola, Guiné-Bissau e Moçambique «tiraram fotografias daquilo que os rodeava: os camaradas, os quartéis, as paisagens, o quotidiano, as populações civis, o aparato militar».

Trata-se de imagens que escaparam à censura do regime salazarista e que foram guardadas ou enviadas pelo correio como provas de vida à distância, explica o museu no seu portal.

Alguns deles «construíram laboratórios improvisados, outros acederam a laboratórios oficiais. Vários frequentaram lojas de fotografia que floresceram com a procura gerada pela guerra, muitos compraram e trocaram imagens». Foi assim que construíram os arquivos fotográficos de que a exposição mostra uma parte.

«Uma guerra vivida mas também imaginada»

Na maioria dos casos, as fotos da mostra foram recolhidas através de entrevistas presenciais, no âmbito de uma investigação etnográfica em curso no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. «As restantes estão publicadas em diversos sítios e arquivos da Internet», refere a página museudoaljube.pt.

«Dispersas um pouco por todo o País, retratam um tempo e um espaço distantes, e mostram uma guerra vivida mas também imaginada», afirma o museu, sublinhando que, «banais ou extraordinárias, revelam os muitos mundos de uma guerra longa e anacrónica que foi mandada combater pela ditadura».

Mais de 60 anos após o início do conflito, algumas destas colecções de antigos soldados foram destruídas, «como se o passado se pudesse apagar nesse gesto», e outras «ficaram órfãs» com o desaparecimento dos seus donos.

No entanto, refere o Museu do Aljube, muitas sobrevivem ainda, conservadas em álbuns ou em caixas, analógicas ou digitalizadas, sendo mostradas em círculos restritos ou partilhadas nas redes sociais. Com a mostra em curso, pretende-se «que possam provocar diálogos em democracia».

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