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Fotos do 25 de Abril de Alfredo Cunha em exposição

São João da Madeira acolhe a mostra «A liberdade passou por aqui», que estará patente até 31 de Agosto na Torre da Oliva, com várias imagens já conhecidas mas também algumas inéditas.

Salgueiro Maio na rua do Arsenal, a caminho do Terreiro do Paço. À sua rectaguarda as viaturas que detêm a progressão das forças fiéis ao Governo. São 10h do dia 25 de Abril, em Lisboa.
Salgueiro Maio na rua do Arsenal, a caminho do Terreiro do Paço. À sua rectaguarda as viaturas que detêm a progressão das forças fiéis ao Governo. São 10h do dia 25 de Abril, em Lisboa. CréditosAlfredo Cunha / Casa Comum

Os organizadores da mostra explicam que se trata da primeira exposição da reportagem do fotógrafo em telas de grande formato, contendo um total de 60 registos que, a partir dos negativos originais de 35 milímetros, foram digitalizados em scanner-tambor e depois sujeitos a impressões em PVC de 60 por 80 centímetros e de 90 por 120.

«Sempre que revejo estes negativos sinto que gostaria de "viajar até lá", regressar a 1974, fotografar tudo de novo e assim resolver uma angústia que me persegue ao longo destes anos. Mas a vida é assim mesmo e estas fotografias são o trabalho possível de um miúdo de 20 anos, numa selecção com algumas novidades e até algumas surpresas para mim mesmo», explica Alfredo Cunha à Lusa.

Para o fotógrado esta recolha tem um impacto emocional e histórico: «parece que o tempo não passou. Foi um privilégio fotografar uma Revolução precisamente aos 20 anos e é sempre bom fazer a revisitação do 25 de Abril e mostrar como fomos felizes naquele dia».

A ideia de recuperar parte desse arquivo e afirmá-lo num suporte «visualmente mais forte» foi do fotógrafo Aníbal Lemos, director do Centro de Arte de São João da Madeira e docente na IADE - Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação da Universidade Europeia.

«Decidimos lançar um ciclo de exposições sobre fotografia de reportagem e quisemos começar com o Alfredo Cunha, mas de uma forma diferente, porque nunca vimos estas imagens numa escala assim e o facto é que, em tamanho maior, elas se tornam mais poderosas e emotivas - impõem mais o conteúdo», afirma o professor.

Este leque de registos sobre a Revolução em Lisboa foi seleccionado entre «umas 600 fotografias, o que representava um custo enorme naquele tempo, quando ainda era tudo analógico e revelado em papel», o que também proporciona uma reflexão «sobre a juventude» de espírito e profissional.

«Mesmo sem os conhecimentos ou os recursos de hoje, o Alfredo soube colocar-se do lado certo do que poderia ter sido só uma revolta militar, se o povo não tivesse transformado tudo aquilo numa Revolução. Ele ainda estava no início da sua carreira jornalística, mas foi percebendo o que podia sair dali: pôs-se a deambular pela cidade, acompanhou as sensações daquela gente toda e fê-lo com um tal "amadorismo", com tal "inocência", que isso confere pureza àquela abordagem», defende Aníbal Lemos.

Tendo em conta o actual contexto, Alfredo Cunha afirma que «nestes tempos difíceis de pandemia ainda mais agradeço o esforço e o interesse de São João da Madeira pela nossa memória e pelo 25 de Abril libertado».


Com agência Lusa

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