«Rogério Ribeiro legou-nos um exercício artístico indissociável das formas narrativas e simbólicas do neorrealismo, reinterpretando nas suas fases mais tardias muitos dos elementos temáticos, ideológicos e contemplativos desse realismo original», afirma o curador da exposição sobre o artista nascido em Estremoz, em 1930, que desde jovem abraçou a luta contra o fascismo.
O que norteou o artista plástico ao longo desse percurso foi, acrescenta David Santos, «um compromisso assente na vida e no seu valor supremo, o humanismo, desocultando a sua expressão social e política em interação sensível com a manifestação dessa criatividade que associamos desde sempre à prática do desenho e da pintura. Na nota enviada ao AbrilAbril, lê-se que o resultado desse desígnio «mantém-se ainda hoje na força de testemunho, no assombro do real que as cores e as formas da arte alcançam quando nos lembram o rosto de um povo».
A exposição «Fazer crescer a vida – Rogério Ribeiro e o neorrealismo», de entrada livre, ocupará os pisos 1 e 2 do Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, até 4 de Outubro. São cerca de 250 obras de pintura, desenho, gravura, ilustração e cerâmica, produzidas pelo artista na década de 1950/ 1960, marcadas por uma forte ligação ao neo-realismo e «por uma constante busca pela expressão da condição humana».
A obra do resistente antifascista Rogério Ribeiro (Fernando da Silva Ribeiro), que em 1958 foi preso pela PIDE, abrangeu pintura, desenho, gravura, cerâmica, tapeçaria e azulejaria.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui