|Direcção-Geral do Património Cultural

Faltam «recursos humanos e obras urgentes» nos museus nacionais

À margem da apresentação do relatório final do grupo de projecto Museus no Futuro, a Associação Portuguesa de Museologia (APOM) alerta para as situações gravíssimas que afectam o sector.

 Os trabalhadores afirmam que existem condições para resolver os problemas
CréditosAntónio Cotrim / Agência LUSA

Em declarações prestadas à agência Lusa na quarta-feira, o responsável da APOM, João Neto, insistiu na urgente «consciencialização do Ministério da Finanças para os gravíssimos problemas de falta de recursos humanos e de obras nos museus nacionais». Alerta ainda que, à falta de uma consciencialização sobre as consequências concretas destas lacunas, «o património móvel e imóvel do País está em perigo».

Em pergunta colocada no mesmo dia ao Governo, deputados do PCP denunciaram a falta de condições existentes no museu mais visitado em Portugal. Só este mês «a oficina de conservação e restauro do Museu Nacional dos Coches voltou a ter iluminação, de que esteve privada durante cerca de dois meses, para os seus técnicos poderem trabalhar».

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Falta de vigilantes encerra salas do Museu de Arte Antiga

O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, encerra várias salas da exposição permanente a partir desta terça-feira por falta de vigilantes. 

O Museu Nacional de Arte Antiga, às janelas Verdes, em Lisboa
Créditos / lisbonsecrets.com

«Devido às limitações de pessoal técnico na área da vigilância informa-se que, a partir de 1 de junho, o Museu Nacional de Arte Antiga é obrigado a proceder ao encerramento de algumas áreas da sua exposição permanente, nomeadamente as colecções de mobiliário, ourivesaria, cerâmica e artes não europeias», revelou ontem a instituição.

Assim, o MNAA vai também fechar o acesso e a bilheteira da entrada do Jardim 9 de Abril, «funcionando como único acesso ao museu a entrada da Rua das Janelas Verdes».

«Estas limitações prolongar-se-ão até que a situação de falta de pessoal na vigilância se altere, podendo manter-se até ao fim de Setembro», realçou o museu.

Já no ano passado, em Agosto, o director do MNAA, Joaquim Caetano, decidiu encerrar salas entre as 12h e as 15h devido à falta de vigilantes, mantendo na altura o horário entre as 10h e as 18h.

Nos anos anteriores também se repetiu o encerramento de salas no MNAA devido à falta de vigilantes, que eram, em Abril do ano passado, cerca de 20, para 80 salas de exposição.

O MNAA foi criado em 1884 e é um dos museus portugueses com maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.

Além dos Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, o acervo integra ainda a Custódia de Belém, de Gil Vicente, datada de 1506, e Biombos Namban, do final do século XVI, que registam a presença dos portugueses no Japão.


Com agência Lusa

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A associação não está sozinha na identificação dos problemas que, ainda este mês, forçaram o Museu Nacional de Arte Antiga a encerrar algumas das áreas da exposição permanente até Setembro. Os investigadores Clara Camacho e José Manuel Varejão, que coordenaram o projecto Museus no Futuro para o Observatório Português das Actividades Culturais, identificaram essa mesma insuficiência do sector.

«A insuficiência de recursos humanos em todas as categorias, especialmente no domínio da vigilância e guardaria, e a necessidade de antecipar com um horizonte mínimo as aposentações de funcionários, proporcionando a contratação imediata de novos trabalhadores para as situações de maior carência, motivam uma intervenção imediata “de emergência”» pode ler-se nas conclusões do relatório.

Destaca-se ainda, do conjunto de 50 propostas emanadas deste documento, «a criação de um novo instituto dos museus, regressando ao antigo modelo de separação relativamente ao património cultural».

A APOM participou ontem, em representação da sua organização, numa reunião das entidades representativas do sector «com a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, no quadro do contributo das associações para o relatório elaborado pelo Grupo de Museus do Futuro, e a criação de uma estratégia para o sector nos próximos dez anos».

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