«Dezenas de editoras, milhares de títulos de todos os géneros e para todas as idades, novidades e promoções, sessões de autógrafos». Embora a Festa do Avante! considere esta uma descrição «rigorosa» do que as dezenas de milhares de pessoas que, todos os anos, enchem o recinto da Atalaia podem esperar da Festa do Livro, ainda assim fica de fora «quase tudo que a torna verdadeiramente única».
Em nota de imprensa, a Festa do Avante! anuncia que a Revolução de Abril e a construção por um futuro melhor na sua linha do horizonte será o mote para a programação do CineAvante deste ano. Na múltipla oferta cultural existente na Festa do Avante!, o cinema tem sempre uma palavra a dizer e este ano não é excepção. Em comunicado aos órgãos de informação, foi divulgado o mote para a programação deste ano: a Revolução de Abril. Além do tema haverá espaço para discutir a sua actualidade e é também anunciado que antes de cada filme haverá uma apresentação com a presença dos realizadores dos mesmos, assim como de produtores, actores e outros membros da equipa do filme, assim como de outros convidados especiais. Sobre a programação em si, a Festa do Avante! destaca para sexta-feira, dia 1 de Setembro, a celebração do quinquagésimo aniversário do 25 de Abril com a exibição de Paredes Pintadas da Revolução Portuguesa (1976), As desventuras do Drácula von Barreto em terras da Reforma Agrária (1977), Cravos de Abril (1976) e Sonhos de uma Revolução (2023). Paredes Pintadas da Revolução Portuguesa, um filme António Campos, e produzido pela Célula de Cinema do PCP, oferece uma visão sobre a cidade de Lisboa onde as suas paredes e muros foram uma tela para os mais variados murais criados pela Célula dos Artistas Plásticos do PCP. Drácula von Barreto em terras da Reforma Agrária apresenta uma visão satírica sobre a ofensiva ideológica contra a Reforma Agrária, produzido e filmado em plena Festa do Avante! de 1977. Cravos de Abril é um documentário de Ricardo Costa que ilustra a escalada de tensões populares e militares com o governo fascista, mostrando também os sucessivos acontecimentos desde o próprio dia da Revolução até ao 1.º de Maio de 1974. A programação deste primeiro dia encerra com o novo documentário de Pedro Neves, Sonhos de uma Revolução, uma reflexão pessoal sobre as fricções patentes entre o tempo da resistência e combate ao imperialismo e o momento presente. Já sábado, dia 2 de Setembro, a programação arranca com o filme Sopa Fria (2023), uma curta-metragem realizada por Marta Monteiro. Um filme de animação 2D sobre a violência doméstica, através do uso de uma primeira pessoa ficcional. Natureza Humana (2023) de Mónica Lima é o filme que se segue. Vencedor de dois prémios, tem o contexto pandémico, e consequente crise económica e social, o seu pano de fundo. O dia acaba com o último filme de Marco Martins, o Great Yarmouth - Provisional Figures (2023), que procura focar-se na situação de pobreza endémica em que vivem centenas de emigrantes portugueses numa vila costeira no Reino Unido. No último dia de festa, domingo, dia 3 de Setembro, passará o filme Quase me lembro (2023). Uma curta-metragem de animação criado com as técnicas animação 2D e Pintura Sobre Impressão realizado por Dimitri Mihajlovic e Miguel Lima que se foca na personagem de uma mulher que deambula por entre a impermanência das suas memórias de infância, tentando reconstruir a história da casa onde viveu o seu avô. Para encerrar, será exibido o filme Entre Ilhas (2021), realizado por Amaya Sumpsi, um documentário que contempla o contributo oral de diversos testemunhos sobre a história da navegação marítima entre as várias ilhas que compõem o Arquipélago dos Açores num período antecessor à nova lógica do transporte aéreo low-cost. Nas manhãs de sábado e domingo não faltarão as sessões de cinema infantil em parceria com o programa Monstrinha da MONSTRA com o melhor do cinema de animação para os mais novos e com filmes de todo o mundo. Já nas tardes de sábado e domingo haverá oficinas de cinema de animação recorrendo à técnica de stop motion, podendo os participantes ver o filme resultante projectado no ecrã do CineAvante. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Cultura|
Revolução de Abril no cinema da Festa que visa cumprir Abril
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Os «amantes de histórias, de ideias, da forma e das letras» podem contar, na edição deste ano, que se realiza a 1, 2 e 3 de Setembro, na Amora, Seixal, com o compromisso vital para com o poder da «reflexão transformadora» sobre os livros, a literatura e a vida, levantando o véu que, pelos dias de hoje, cobre a pobre realidade editorial portuguesa, dominada por grandes grupos focados, sobretudo, no retorno financeiro.
Entre «questões de grande actualidade», como a TAP e o brutal impacto da inflação na vida da pluralidade dos trabalhadores portugueses, e a «actualidade de grandes questões», como a luta revolucionária em Portugal e no mundo, a Festa do Livro vai explorar as obras literárias de velhos e novos autores da Literatura portuguesa.
Sábado, às 15h30, é apresentado o livro Dossier TAP - Resistindo às Privatizações, com Manuel Gouveia, da Comissão de Assuntos Económicos do PCP, o deputado do PCP Bruno Dias e o economista Ricardo Paes Mamede. Às 16h30, José Barata-Moura vai discutir a sua obra Ontologias da «Práxis» e Idealismo com o investigador de Filosofia, Raoul Marian. A antologia de artigos 25 de Abril, Uma Revolução em Perspectiva, publicados originalmente na revista O Militante, terá apresentação de Rui Mota, Albano Nunes, director da publicação, e Manuel Loff, historiador e deputado independente eleito pelo PCP.
Neste episódio do Megafone, sobre o presente e o futuro da TAP, contamos com a presença de Margarida Davim, jornalista de política na revista Sábado; Ricardo Paes Mamede, economista e signatário da carta aberta “A TAP não é um 'ativo tóxico'. É um trunfo económico ao serviço do país”, e Bruno Dias, deputado do PCP que integrou a Comissão de Inquérito à TAP. Em 2019, antes da pandemia, a TAP era responsável por 2.6 mil milhões de euros em exportações directas e 700 milhões de euros de poupança em importações: A soma destes valores, 3.3 mil milhões, correspondeu a 1,54% do PIB português. Acrescentando os 2.5 mil milhões de euros de exportações indirectas, por transporte de 50 mil toneladas de carga de empresas com sede e instalações em Portugal, a TAP representava 2,7% do PIB português. No entanto, a companhia bandeira portuguesa tornou-se, hoje, uma trincheira ideológica da direita nas redes sociais e no comentário político, promovendo a ideia de que a única solução para a TAP é a privatização total da empresa. Parece que agora é que vai mesmo correr bem.. Neste episódio do Megafone, sobre o presente e o futuro da TAP, contamos com a presença de Margarida Davim, jornalista de política na revista Sábado; Ricardo Paes Mamede, economista e signatário da carta aberta “A TAP não é um 'ativo tóxico'. É um trunfo económico ao serviço do país”, e Bruno Dias, deputado do PCP que integrou a Comissão de Inquérito à TAP. Com: João Manso Pinheiro, Bruno Dias, Margarida Davim, Ricardo Paes Mamede . Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.|
TAP: se já não serve, porque é que todos a querem?
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No que à Literatura diz respeito, no sábado destaca-se a apresentação do livro infantil Põe o meu Boné, da autoria da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), às 11h30; a sessão sobre a obra de João Pedro Mésseder, com a presença do autor e a participação da poeta Rita Taborda Duarte, às 14h30; a apresentação de Um Escritor Sem Tempo – Cartas Familiares de Soeiro Pereira Gomes, às 17h30, pela professora Carina Infante do Carmo; e a apresentação de uma «nova e cuidada edição» de Os Pescadores, de Raúl Brandão.
No domingo, a discussão sobre a antologia Textos da Luta do histórico líder da luta pela libertação africano Amílcar Cabral, publicada pelas Edições Avante!, estará a cargo de José Augusto Esteves e Carlos Lopes Pereira, responsáveis pela escolha dos textos, às 14h. Uma hora depois, às 15h, a obra do escritor Sandro William Junqueira será o tema de uma sessão que conta com a presença do autor e da escritora Ana Margarida de Carvalho.
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