O histórico recente na Faurecia de Bragança tem sido de luta. No passado dia 1 de Abril, em busca de melhores salários e munidos de razão, os trabalhadores realizaram uma greve e concentraram-se à porta da fábrica. O sindicato, o SITE Norte tinha já lançado um pré-aviso de greve válido para o mês inteiro,
Com um pré-aviso de greve válido para todo o mês, os trabalhadores organizados pelo SITE-Norte decidiram avançar com a luta num plenário, que teve lugar dia 25 Março. A luta foi um sucesso uma adesão entre 70 a 80% nos três turnos e naturalmente que o patronato, vendo a tomada de consciência dos trabalhadores, sentiu-se ameaçado.
Entre 2018 a 2022 a Faurecia obteve resultados líquidos no valor de 100 milhões de euros, mas a grande maioria dos seus trabalhadores ganham o salário mínimo. Apesar disto, a administração negou-se sempre a negociar aumentos.
Hoje, surgiu mais um capítulo da luta de classes a que se assiste na fábrica. Ante os desenvolvimentos da luta, o SITE Norte foi hoje impedido de entrar nas instalações para desenvolver actividade sindical na cantina da empresa.
A uma semana dos 50 anos da Revolução de Abril, o patronato optou por atacar o direito à atividade sindical na empresa, um direito fundamental previsto no artigo 55.º da Constituição da República Portuguesa.
Segundo o sindicato, «esta atitude de intromissão na atividade sindical com vista a dificultar ou impedir o exercício da atividade sindical, configura a prática de um crime, previsto e punível por força do disposto nos artigos 405.º e 407.º do Código do Trabalho, com pena de prisão até um ano».
Esta, no entanto, não é a primeira vez que os patrões da Faurecia de Bragança atacam os direitos dos trabalhadores. Tanto em 2022 como em 2023, segundo o SITE Norte, registaram-se tentativas de intimidação aos trabalhadores de forma a levá-los a não fazerem greve. No circuito interno, os televisores exibiram uma mensagem a insinuar que quem aderisse à greve estaria a pôr em causa o bem-estar da sua família e o seu posto de trabalho.
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