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Transição energética deve ter preocupações sociais

A transição energética deve ser acompanhada de um processo de reindustrialização, e não do encerramento de unidades industriais, por forma a garantir os postos de trabalho e a sustentabilidade social.

Refinaria da Petrogal em Leça da Palmeira, Matosinhos. Foto de arquivo
Créditos / JM

Em comunicado divulgado pela comissão central de trabalhadores da Petrogal, esta defende que a salvaguarda do planeta só faz sentido «num quadro de progresso social e económico», pelo que a chamada «transição energética» deve ser «socialmente responsável».

Amplamente difundida nos meios de comunicação social e impulsionada em larga medida pelo Governo, a «transição energética» ou a «descarbonização» centram o problema na redução e eliminação das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, suportada num consenso maioritário da comunidade científica sobre o impacto negativo daquelas emissões para o agravamento do aquecimento global. 

A comissão de trabalhadores refere que «o aplauso de algumas associações ambientalistas e de alguns partidos» à antecipação do encerramento da central termoeléctrica de Sines para Janeiro de 2021 revela uma «visão apocalíptica» que apenas pretende justificar medidas que põem em causa a independência energética.

Exemplo disso são as declarações que sugerem uma substituição de emissões a partir de Portugal por outras oriundas de Marrocos em que não se pretende diminuir as emissões globais mas apenas «fazer batota» para manipular os números da União Europeia, afirmam os representantes dos trabalhadores.

«O Governo continua a pôr em causa, de forma totalmente inaceitável e irresponsável, a independência energética do País e a destruir centenas de postos de trabalho», pode ler-se no comunicado.

No documento afirma-se ainda que a transição energética «não pode surgir contra os trabalhadores», pelo que a preservação dos postos de trabalho deve ser «o elemento central para o pretendido desenvolvimento sustentável».

«A transição energética deve surgir numa perspectiva integrada e de fileira com aproveitamento de todos os recursos disponíveis, e com a alavancagem dos investimentos em tecnologias (...) para concretizar a descarbonização e garantir [que é] sustentável e socialmente responsável», afirma a comissão de trabalhadores.

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