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«Trabalhadores saem a ganhar e em melhores condições para lutar pelo resto»

A greve dos trabalhadores da EMEF foi desconvocada após ter sido assinado, na sexta-feira à noite, um acordo entre sindicatos, administração da empresa e a tutela.

Os trabalhadores reivindicam o recrutamento de «pelo menos 40 a 50» novos trabalhadores para as oficinas
Créditos / Fectrans

A greve dos trabalhadores da EMEF foi desconvocada após ter sido assinado, na sexta-feira à noite, um acordo entre sindicatos, administração da empresa e Governo.

Em declarações à agência Lusa, Paulo Milheiro, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Ferroviários (SNTSF/CGTP-IN), afirmou ter sido negociada uma actualização salarial de 23 euros para os operários e de 16 euros para as restantes categorias, assim como um aumento do subsídio de turno dos actuais 48 euros para 99 euros para os trabalhadores abrangidos, nomeadamente nas oficinas de Guifões (Matosinhos) e nas oficinas dos Alfa pendulares, em Contumil (Porto).

«Ainda assim peca por escasso em relação aos trabalhadores da CP, que recebem o subsídio de turno em percentagem do salário», acrescentou. Recorde-se que a principal reivindicação dos trabalhadores da EMEF é conseguirem as «mesmas condições» de trabalho dos trabalhadores da Comboios de Portugal (CP). A reivindicação base dos trabalhadores da EMEF é a atribuição das «mesmas condições» de trabalho dos funcionários da Comboios de Portugal (CP).

Este «acordo intercalar», recorda o SNTSF num comunicado, é o resultado das lutas travadas pelos trabalhadores da EMEF, «construídas a partir dos locais de trabalho, nas quais temos, com toda a justiça, que destacar os trabalhadores de Guifões e Contumil».

Perante os que, «com toda a legitimidade», julguem que seria possível ir mais longe, Paulo Milheiro esclarece que, tendo em conta uma avaliação global, na mesa de negociações colocava-se decidir sobre: «aproveitar estas cedências que o Governo foi obrigado a fazer ou manter uma luta com uma duração ainda mais prolongada, com consequências incertas, mas que de certeza desgastaria mais os trabalhadores que o Governo e EMEF».

Por outro lado, o sindicato esclarece que, com este acordo, «os trabalhadores não perdem nenhum direito e aumentam o rendimento», ou seja, «os trabalhadores saem a ganhar e em melhores condições para lutar pelo resto».

Normalidade da circulação não depende dos trabalhadores

Desde o passado dia 12 de Março que os trabalhadores vinham realizando greves nas várias oficinas da EMEF, nomeadamente no Norte do país.

De acordo com Paulo Milheiro, apesar da desconvocação da greve serão precisos «15 dias a três semanas» até que seja reposta a normalidade na circulação do Metro do Porto, já que actualmente são muitas as viaturas que aguardam manutenção nas oficinas.

Apesar dos acordos obtidos nas duas principais reivindicações que estavam em cima da mesa – actualização salarial e do subsídio de turno – o dirigente sindical destaca que já a partir da primeira quinzena de Maio, e até 31 de Outubro, decorrerão negociações com vista à revisão do acordo colectivo de trabalho e do regulamento de carreiras.

«Não quer dizer que não poderá, eventualmente, voltar a haver alguma instabilidade social, caso não sejam resolvidas algumas situações e não passem ao concreto outras que ficaram agora acordadas», disse.

É o caso, explicou, da actualização salarial, que não ficou agora integrada no salário base, sendo antes aplicada «como complemento na folha salarial», mas com o compromisso de «passar para a remuneração base a partir de Janeiro de 2019».

O recrutamento de «pelo menos 40 a 50» novos trabalhadores para as oficinas é outra reivindicação. Os actuais, esclarece Milheiro, têm uma média etária de 50 a 60 anos porque desde 2004/2005 que «não são realizadas integrações regulares na empresa».


Com Agência Lusa

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