Há vários anos que a receita empresarial da Matutano não sofre alterações. É, afinal, uma estratégia de sucesso para o patronato: lucros bilionários e salários de miséria pagos aos trabalhadores que sustentam os seus negócios. «Os baixos salários praticados na empresa» são, já, uma imagem de marca.
Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar (STIAC/CGTP-IN) altertava, por ocasião dos plenários realizados com os trabalhadores em Janeiro de 2023, para o facto de existirem, na Matutano, «casos de trabalhadores com 20 anos de casa a ganhar o salário mínimo nacional» (SMN).
Magnânimos, a Matutano, do alto dos seus lucros de 28 mil milhões de dólares (2022) e a associação patronal que representa o sector, decidiu ainda apresentar uma proposta de aumentos salariais para os trabalhadores de 3 euros acima do SMN.
A greve agora agendada para o dia 28 de Junho, Dia Nacional de Luta da CGTP, vem denunciar, para além dos baixos salários na empresa, os ritmos de trabalho por turnos provocados pelos regimes de laboração contínua e que não cumprem com o Contrato Colectivo de Trabalho para o sector (nomeadamente as 2 folgas semanais e o consequente desgaste físico e psicológico).
Os trabalhadores, que no dia 28 vão realizar uma concentração em frente às instalações da empresa no Carregado, das 9h30 às 11h30, exigem ainda a reinstituição do «prémio de assiduidade, pago mensalmente, 2 anos depois de ter sido criado pela empresa», um complemento importante quando a Matutano se recusa a pagar mais do que salários de miséria.
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