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|Aviação

Trabalhadores da easyJet em Faro acumulam vários empregos para sobreviver

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) afirmou no Parlamento que há trabalhadores da easyJet a enfrentar «situações dramáticas». Salários em Portugal são 60% abaixo da média europeia.

Créditos / AeroInside

«Os nossos trabalhadores em Faro passam grandes dificuldades. Nós temos trabalhadores que tiveram que viver dentro de carros durante alguns meses, auferiam à volta de 350, 400, 500 euros a operarem durante um mês. Quase todos os nossos trabalhadores de Faro têm que ter um segundo ou um terceiro trabalho», disse Ana Dias, directora do SNPVAC, esta quarta-feira, na Comissão Parlamentar de Trabalho, Segurança Social e Inclusão.

Segundo a responsável, estes trabalhadores estão a trabalhar como condutores de TVDE durante a noite e trabalham para a companhia aérea durante o dia, «cansados», podendo assim «comprometer, também, a segurança do voo».

«São situações muito dramáticas que se vivem em Faro», vincou Ana Dias, realçando que, a par da questão legal, esta é uma questão social, e que «temos que eliminar por completo esse tipo de contratos».

O SNPVAC reivindica aumentos salariais, uma vez que os salários «não estão ajustados nem ao custo de vida em Portugal, nem àquilo que se pratica no mercado da aviação aqui em Portugal, e muito menos quando comparados com os nossos colegas lá fora», afirmou Ana Dias, apontando que um colega francês ou alemão «aufere mais 90%» do que um trabalhador português na easyJet em Portugal.

O sindicato diz que os trabalhadores da easyJet em Portugal recebem cerca de menos 60%, em média, do que os restantes trabalhadores da empresa na Europa e reclama «um aumento que, pelo menos, acompanhe o crescimento da easyJet aqui em Portugal».

Ana Dias registou ainda que a companhia aérea é «líder no mercado europeu» em algumas rotas, nomeadamente nas ligações com Reino Unido, França e Luxemburgo, e recordou que adquiriu vários slots que pertenciam à TAP e que foram distribuídos no seguimento da reestruturação e os ganhos no espaço no Terminal 1 do aeroporto de Lisboa.

«A companhia continua a não assumir essa responsabilidade e a tratar os trabalhadores portugueses como trabalhadores de segunda», acusou a sindicalista.


Com agência Lusa

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