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Este é já o sexto protesto realizado em 2017

Trabalhadores da CelCat não abdicam da sua dignidade

Os trabalhadores da multinacional americana General Cable CelCat, em Sintra, iniciaram mais uma greve parcial às 0h30 desta quarta-feira, com uma adesão de cerca de 90%. Vítimas de repressão, denunciam o horário ilegal imposto pela empresa.

Créditos / Fiequimetal

Este é já o sexto protesto que os trabalhadores da Celcat se vêem obrigados a fazer este ano, mas nem por isso a adesão diminuiu. Luís Santos, dirigente do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI/CGTP-IN), fala de uma «unidade extraordinária», vincando que os trabalhadores «não arredam pé».

A decisão de avançarem para a greve parcial foi novamente tomada em plenário. Desde as 0h30 de hoje até à mesma hora do dia 28 de Outubro, haverá paralisações de quatro horas por turno – duas horas ao início e duas horas ao fim de cada turno.

Entre as dificuldades que os trabalhadores enfrentam, e que servem de suporte ao protesto, está a exigência de aumentos salariais. Luís Santos denuncia que, fazendo o somatório dos pequenos aumentos verificados ao longo de dez anos, não se consegue contabilizar 20 euros.

Os trabalhadores acusam, no entanto, a empresa de discriminação, pelo facto de a política de aumentos reduzidos não se ter aplicado a «um grupo restrito» de funcionários.  

Por outro lado, contestam a ilegalidade do horário praticado, de seis dias com laboração de sete horas seguidas no primeiro turno, sem pausa para descanso ou refeição. «Já sabemos a penosidade que é trabalhar no turno da madrugada, mesmo assim ainda trabalhamos mais um dia e sem pausa para refeição», denuncia Luís Santos.

O dirigente sindical revela que a ilegalidade do horário de trabalho motivou a apresentação de uma queixa à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) em 2014. A ausência de resposta obrigou a nova queixa no início deste ano. 

«Entretanto, já tivemos uma reunião e, apesar de não nos terem dado ainda o parecer, já nos transmitiram que os trabalhadores têm razão e que a empresa vai ser autuada porque está em incumprimento», revela.

A discussão entre a CelCat e o seu pessoal decorreu ao longo do último ano no Ministério do Trabalho. Perante a impossibilidade de chegarem a um consenso, os trabalhadores esperam agora que a ACT seja rápida a anunciar o parecer para que, admite Luís Santos, «se a empresa não alterar o horário de trabalho, possamos utilizar as ferramentas que estiverem ao nosso alcance».

A revisão de cláusulas referentes a férias, o pagamento do trabalho complementar, subsídios de alimentação e anuidades contidas no Acordo de Empresa integram também o conjunto de reivindicações.

«Está a ver o tipo de repressão que a gente sofre»

Além de não verem respeitados os direitos laborais, os trabalhadores da empresa de cabos eléctricos vêem-se a braços com uma série de repressões que por sua vez motivam a entrada de acções em tribunal. 

Hoje foi dia de vitória para um dos funcionários, que havia sido penalizado com falta injustificada e com perda salarial por causa do tempo investido na comissão de trabalhadores. «Por mais que a gente tenha dialogado com a empresa, ao fim de um ano tivemos que ir para tribunal. Hoje chegaram a acordo, tiveram que pagar ao trabalhador e retirar a falta injustificada», frisa Luís Santos.

Acrescenta que existem outros casos pendentes em tribunal, designadamente o de um trabalhador da comissão sindical que também foi penalizado. «A acção já entrou em tribunal e vamos lá no dia 2 de Novembro». Esclarece o dirigente sindical que, «no dia da greve, no ano passado, retiraram-no da laboração contínua, ficando com uma penalização de 30% no ordenado, e retiraram-no também da máquina onde trabalhava há 16 anos».

O caso mais recente aconteceu aquando da greve realizada em Setembro. Luís Santos conta que o director fabril foi «à casa de banho abrir as portas e chamar os trabalhadores que lá estavam», ou seja, aqueles «com vínculo precário, que não são efectivos e que por isso não fizeram greve». «Está a ver o tipo de repressão que a gente sofre», conclui.

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