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Acção reivindicativa no Jardim de Santos

Sector dos transportes: «Trabalhadores e utentes querem respostas urgentes»

Realizou-se esta manhã um plenário do sector dos transportes, em Lisboa, que contou com a presença de trabalhadores e dirigentes sindicais, vindos de vários pontos do país.

Em Lisboa, trabalhadores dos transportes apresentam propostas e reivindicações
Em Lisboa, trabalhadores dos transportes apresentam propostas e reivindicaçõesCréditosAbrilAbril

Decorreu hoje uma concentração/plenário de activistas do sector dos transportes, convocada pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN). No final do plenário, dirigiram-se à residência oficial do primeiro-ministro para entregar uma resolução aprovada por unanimidade.

Apesar dos trabalhadores caracterizarem como positiva a reversão de medidas que tinham em vista a privatização de várias empresas, fruto da nova correlação de forças na Assembleia da República, consideram que ainda «há muito a fazer».

Vários activistas e dirigentes sindicais expuseram problemas como a supressão e redução de serviços, a redução do número de trabalhadores, o aumento dos preços e taxas de serviço, o desinvestimento na manutenção e conservação do material circulante e infraestruturas, o «ataque à contratação colectiva, salários e direitos» e a gestão «numa lógica de empresas privadas».

Nas intervenções estiveram presentes várias reivindicações para o sector, espelhadas também na resolução. Uma delas passa pela admissão de mais trabalhadores para a reposição da oferta necessária para o serviço público. Também foi exigido o fim das situações de precariedade no trabalho, que dizem existir em quase todas as empresas, com a passagem a efectivos de todos os trabalhadores que ocupam postos de trabalho permanentes.

Os trabalhadores defendem ainda a reposição dos níveis de reparação do material circulante e infraestruturas nas empresas públicas, medidas que passam também pela integração da EMEF na CP e da CarrisBus na Carris. Exigem «o respeito pela contratação colectiva», pela reposição de diuturnidades/anuidades, das evoluções na carreira e de salários na CarrisTur.

Reivindicam ainda a melhoria das condições de trabalho, em particular o aumento dos salários e a redução progressiva do horário de trabalho.

O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, presente no plenário, confirmou durante a sua intervenção que está uma reunião agendada para dia 21 de Julho com os ministros do Trabalho e do Planeamento e Infraestruturas, para debater os problemas do sector.

«Independentemente de quem esteja no Governo e forme maioria na Assembleia da República, nunca deixaremos de apresentar as nossas reivindicações e propostas», afirma o líder sindical. Se não o fizer, continua, a central sindical «estará a dar mais espaço de manobra aos grandes grupos económicos, ao grande patronato, assim como à União Europeia para pressionar o Governo».

Uma intervenção que é para continuar

Na resolução aprovada, os trabalhadores assumiram «desenvolver contactos com diversas organizações de utentes com vista à programação de acções comuns».

Decidiram também «desenvolver, entre os dias 12 e 23 de Setembro de 2016, uma campanha sob o lema “Trabalhadores e utentes querem respostas urgentes”, com acções públicas conjuntas com organizações de utentes, abaixo-assinados (…), acções de protesto na rua, concentrações/manifestações, tribunas públicas, plenários e paralisações, em função das reivindicações para a resolução dos problemas concretos».

O que nos dizem os trabalhadores

Paulo Machado é trabalhador do Metropolitano de Lisboa, maquinista, com 26 anos de empresa. Revela ao AbrilAbril  que hoje é praticado «um serviço público muito deficitário», dando o exemplo de que «chegamos a ter, nas horas de ponta, oito minutos de espera».

Afirma ainda que os trabalhadores «são confrontados diariamente com perturbações na rede, porque não há comboios suficientes, e depois passa-se a vida a pedir desculpa aos utentes porque há perturbações na linha, mas o que há mesmo é falta de efectivos para cumprir o serviço».

O AbrilAbril falou também com Nuno Costa, trabalhador há 21 anos na empresa Transtejo. «O principal problema é a falta de frota de navios. Ao longo dos anos temos sido delapidados de embarcações, os sucessivos governos têm vendido navios, pondo em causa o transporte público fluvial», afirmou o também dirigente sindical. Lamenta ainda que a frota esteja «envelhecida, com falta de manutenção», acrescentando que «nem sequer há material de segurança».

Nuno realça o papel «dos trabalhadores e das populações», e afirma que, se não lutassem, «muitas das nossas operações estavam canceladas», dando o exemplo do transporte da Trafaria. «Quando comecei a trabalhar só tínhamos meio dia de folga por semana e recebia 350 euros. Tudo o que conseguimos foi através da luta dos trabalhadores.»

Nelson Ferreira é, desde 1989, trabalhador da EMEF, empresa de manutenção de equipamento ferroviário. Trabalha em Guifões e dá-nos um exemplo da acção reivindicativa neste local.

«Desde Janeiro de 2015, mais de 30 trabalhadores tinham contratos de trabalho temporário, e em Maio deste ano conseguimos que esses trabalhadores entrassem para o quadro. Através de muitas pressões do sindicato junto da administração, também através da CGTP», relatou. Chama no entanto a atenção para as «mais de 30 empresas de trabalho temporário» que ainda existem na EMEF.

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