«Em relação ao documento [referencial para as escolas] não há muito a dizer. Não vem dar resposta ao problema a montante […]. Continuamos sem ter asseguradas as condições que minimizem as possibilidades de Covid-19 na sala de aula», assegurou Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN) em declarações à Lusa.
Segundo a federação sindical, a decisão de encerrar uma escola ou de isolar um aluno ou qualquer outra pessoa infectada cabe à autoridade de saúde local, entidade que deveria realizar uma vistoria aos estabelecimentos de ensino antes da respectiva abertura.
Mário Nogueira sublinhou ainda que esta não é uma decisão fácil, tendo em conta que um professor infectado «já teve contacto com outros colegas e com várias turmas» e um aluno infectado «também já contactou com outros alunos e com a família».
Neste sentido, Mário Nogueira acusou ainda a DGS de «incoerência» ao validar normas do Executivo que vão contra as suas próprias directrizes.
«Continuamos a recomendar o distanciamento de metro e meio a dois metros, mas o Ministério da Educação diz que o distanciamento é o que for possível», exemplificou.
Por outro lado, a DGS recomenda turmas com uma dimensão reduzida, «mas continua a validar a orientação do Ministério com dimensões normais de 28 a 30 alunos», acrescentou.
Apesar de a DGS ter ressalvado que o referencial está ainda em aberto a novos contributos, a Fenprof enviou já oito pedidos de reunião com esta entidade, que não tiveram resposta.
Mário Nogueira ressalvou, no entanto, que o regresso às aulas presenciais «é fundamental», notando que recorrer novamente ao ensino à distância «pode ser catastrófico».
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