|desregulação de horários

Mineiros da Somincor recusam alterações às escalas de trabalho

Como primeiro acto de gestão da sueca Boliden, a empresa informou os mineiros da Somincor, na mina de Neves Corvo, de que não vai aumentar salários: quer aumentar, isso sim, as escalas de trabalho. 

CréditosNuno Veiga / Agência LUSA

É a terceira multinacional a gerir as minas de Neves Corvo, em Castro Verde, desde a privatização da Somincor em 2004 (durante o Governo PSD/CDS-PP de Durão Barroso). Depois da Eurozinc e da canadiana Lundin Mining, a sueca Boliden adquiriu em 2025 os direitos de exploração desta importante mina de cobre, chumbo e zinco, que emprega cerca de 2 mil trabalhadores.

Infelizmente, para estes profissionais, as primeiras notícias que receberam da nova proprietária da Somincor é de que o novo patronato se recusa a aplicar qualquer «actualização salarial justa» e que o objectivo da Boliden é o de «alterar o modelo dos horários de trabalho», refere nota do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM/CGTP-IN).

Ao AbrilAbril, dirigentes sindicais do STIM explicaram o modelo de escala de trabalho vigente na Somincor, onde os trabalhadores exercem as suas funções numa escala de 3 por 2: 3 noites de trabalho, 2 dias e noites de descanso, 2 dias de trabalho com 3 noites e dias de descanso. A Boliden quere aplicar uma escala 4x4, quatro de trabalho, quatro de descanso.

«Os trabalhadores recusaram, de forma absoluta, qualquer alteração ao modelo de horário vigente, assim reafirmando o que ficara expresso no último referendo promovido pela empresa». O sindicato denuncia ainda a existência de «pressões e chantagens» da Boliden sobre os trabalhadores, «para que estes aceitem um modelo de horário concentrado, ignorando completamente que existe um horário acordado e aceite pelos trabalhadores».

«Para além de lhes retirar direitos, isto ainda lhes desregularia completamente a vida pessoal e familiar» dos trabalhadores da mina de Neves Corvo. Por enquanto, nada está decidido, mas os mineiros da Somincor e o STIM não descartam a possibilidade de partirem para a luta, adoptando todos os meios que se demonstrem necessários para defender os seus direitos.

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