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Metro de Lisboa: não há condições para trabalhar na passagem de ano, dizem sindicatos

Estava a decorrer um processo negocial sobre o regulamento de carreiras, a administração demonstrou sempre intransigência e agora diz que «face à actual situação política e às dificuldades naturais de não ter orientações tutelares» é melhor suspender as reuniões.

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

Seis organizações sindicais que representam trabalhadores do Metropolitano de Lisboa lançaram um comunicado conjunto a lamentar a cessação unilateral pelo patronato das negociações em torno do regulamento das carreiras. 

A vontade da administração da empresa, ao que parece, nunca foi grande já que segundo os sindicatos «ao longo das reuniões a empresa manteve sempre uma posição muito
intransigente face às propostas apresentadas». Esta quarta-feira, juntando a vontade à vontade de nada fazer, a administração deu como justificação para acabar com o processo negocial a «actual situação política e as dificuldades naturais de não ter orientações tutelares».

No fundo isto é o concluir de algo que já era expectável na medida em que nunca se verificou bem uma negociação, pois « num processo negocial deve existir sempre discussão das propostas feitas por todos os interlocutores, o que infelizmente neste processo nunca aconteceu», vincaram os sindicatos. 

Há, no entanto, uma avaliação sobre o fim das negociações que vai mais longe que a constatação do término das mesmas. Parece que o objectivo principal da empresa foi apenas a criação da nova categoria profissional e tentativa de implementação de várias medidas como a formação, que está a ocorrer, com trabalhadores em regime de outsourcing (empresas de limpeza e vigilância) sobre regulamentos importantes para a segurança dos trabalhadores e instalações, demonstrando claramente o caminho para a substituição dos trabalhadores do Metro de Lisboa. 

Face a tal, os sindicatos consideram não haver condições para que os trabalhadores participem no prolongamento da actividade do Metropolitano de Lisboa do dia 31 de dezembro de 2023 para 1 de janeiro de 2024. 

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