Mensagem de erro

Acusam a empresa de responsabilizar os trabalhadores

Metro de Lisboa em situação limite

Os trabalhadores continuam a denunciar a falta de efectivos e de investimento na manutenção. Alertam para «semestre catastrófico» para os utentes se Governo e Conselho de Administração não tomarem medidas.

Uma das consequências das perturbações na circulação do Metro de Lisboa é o aumento dos intervalos entre os comboios, cada vez mais frequente
Uma das consequências das perturbações na circulação do Metro de Lisboa é o aumento dos intervalos entre os comboios, cada vez mais frequenteCréditos

Depois do comunicado do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), desta feita é a Comissão de Trabalhadores que denuncia a degradação do serviço no Metropolitano de Lisboa.

Apontam várias consequências de não serem contratados novos trabalhadores para as áreas operacionais da empresa e da falta de investimento na manutenção, que prejudica o serviço e consequentemente os utentes.

Os trabalhadores revelam que estão mais de dez comboios parados nas oficinas, há mais de um mês, para substituição de peças que não existem nos armazéns. E ainda que este número de comboios, agora imobilizado, é o dobro daquele que o Conselho de Administração afirmou à Câmara Municipal de Lisboa que precisava para pôr a funcionar a Linha Verde com quatro carruagens.

«Chegou a ocorrer, num só dia, mais de 190 supressões de circulações»

Alertam ainda para os comboios parados diariamente, nos cais de manobras de todas as linhas, por avaria e sem maquinista para os levar às oficinas. Denunciam a supressão de comboios a todas as horas, todos os dias da semana, nas quatro linhas, por falta de efectivos (revelam que já chegou a ocorrer, num só dia, mais de 190 supressões de circulações).

O comunicado refere ainda os intervalos entre circulações de comboios, que chegam a atingir mais de 15 minutos, em todas as linhas e todos os dias da semana (afirma que chega a ocorrer mais de 30 minutos de intervalo entre comboios, na linha amarela).

Sublinham também a existência de várias estações sem Operadores Comerciais nem Agentes de Tráfego, todos os dias da semana, nas quatro linhas; a falta de Operador Comercial nas principais estações; e os postos de venda encerrados, mesmo em estações prioritárias de venda.

De quem é a responsabilidade?

Os trabalhadores acusam a administração da empresa de procurar «bodes expiatórios» para as suas falhas e responsabilizar os trabalhadores. Dizem ser falsa a ideia dos problemas se relacionarem com os trabalhadores que faltam ou com as greves e os plenários. Afirmam que «as taxas de absentismo deste ano, apesar da desumana pressão laboral e pessoal a que estão sujeitos muitos trabalhadores de algumas categorias profissionais, provam o contrário. O problema não é dos trabalhadores que faltam, mas da falta de trabalhadores».

Consideram ainda que o que está em causa «é a incompetência de alguns responsáveis pela organização das escalas e serviços, dos horários de trabalho e da organização das férias».

A Comissão de Trabalhadores sublinha que em Janeiro avisou o Governo e o então recém-empossado Conselho de Administração: se não entrassem rapidamente novos trabalhadores para as áreas operacionais da Empresa (que possibilitasse repor o efectivo, sobretudo nas categorias de Maquinista, Operador Comercial, Agente de Tráfego, Fiscal, Oficial Electromecânico, Técnico de Electrónica e Oficial de Via), se não se reforçassem os meios financeiros disponíveis através do Orçamento de Estado e se não se alterassem os modelos de organização e as posturas de algumas direcções, «iríamos ter um segundo semestre catastrófico, para os utentes que servimos, para o serviço público que prestamos, para os trabalhadores, para a empresa».

Os trabalhadores lamentam que não tenham sido ouvidos e que não tenham sido alterados os modelos de organização.

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