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A luta, no Porto, é Ágora

A Ágora, empresa municipal de cultura e desporto da cidade do Porto, é sustentada, em exclusivo, por precários. Trabalhadores estão em greve esta sexta-feira, pelo aumento dos salários e «vínculos estáveis».

Catarina Araújo, Presidente do Conselho de Administração da Ágora, e Pedro Duarte, da coligação O Porto Somos Nós (PSD/CDS-PP/IL)
Catarina Araújo, Presidente do Conselho de Administração da Ágora, e Pedro Duarte, da coligação O Porto Somos Nós (PSD/CDS-PP/IL)Créditos / Pedro Duarte

A Ágora — Cultura e Desporto do Porto é a empresa municipal da Câmara do Porto que gere as áreas do desporto, animação e cultura. Os trabalhadores desta instituição exercem funções no Cinema Batalha, no Rivoli, no Campo Alegre, na Galeria Municipal, entre outros espaço da cidade. Em cada um deles, indispensáveis à vida cultural do Porto, «é fundamental que cada pessoa seja tratada com dignidade, reconhecendo os seus direitos, valorizando as suas contribuições e proporcionando um ambiente de trabalho seguro, justo e respeitoso».

No início de 2024, um comunicado do Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN) denunciava os repetidos «abusos laborais» cometidos pela administração da Ágora, que se recusava a «dialogar» com os seus próprios trabalhadores e as suas estruturas representativas. Tendo em conta que «a democracia faz-se também nos locais de trabalho, com mais transparência, menos arbitrariedade e sem autoritarismo».

A presidente do Conselho de Administração da Ágora é Catarina Araújo, vereadora na Câmara Municipal do Porto (no executivo de Rui Moreira). A administradora foi, entre 2011 e 2015, chefe de gabinete no Governo PSD/CDS-PP liderado por Passos Coelho, ocupando agora o segundo lugar nas listas do PSD/CDS-PP/IL à autarquia portuense. Tendo em conta que «a democracia faz-se também nos locais de trabalho, com mais transparência, menos arbitrariedade e sem autoritarismo», o sindicato lamenta este comportamento assumido pela administração.

Na greve desta sexta-feira, de 24h, os trabalhadores exigem um aumento salarial de 15%, com um mínimo de 150 euros para todos; a fixação do subsídio de refeição num mínimo de 10,50 euros por dia; a regulamentação de um regime de carreiras e categorias profissionais; as 35 horas semanais e um período normal de férias de 25 dias; o fim do trabalho precário e a efectivação de vínculos estáveis; a reposição do pagamento do trabalho extraordinário com acréscimos de 75% em dia útil e 100% em descanso.

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