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Há quem lucre, há quem lute: greve dos trabalhadores da Navigator

Para exigir valorização dos salários e a concretização do Acordo de Empresa, os trabalhadores da Navigator entrarão em greve e realizarão uma concentração à porta da assembleia de accionistas, em Lisboa, no dia 24 de Maio.

Piquete de greve dos trabalhadores da Navigator de Figueira da Foz em 2019.
Créditos / Fiequimetal/ CGTP-IN

Esta sexta-feira, 24 de Maio, no Ritz Four Seasons, hotel de luxo em Lisboa, acontecerá a assembleia de accionistas do Grupo Navigator para a divisão dos resultados anuais. A fabricante portuguesa de papel e recém proprietária da britânica Accrol, do mesmo sector, promoverá o encontro uma semana após o encerramento do último balanço trimestral. 

Na semana passada foram divulgados os seus lucros , nos quais se registou uma queda de 10,6% nos primeiros meses de 2024. No entanto, a despeito da redução, a Navigator, em apenas quatro meses, lucrou 64,1 milhões de euros.

No mesmo dia, à porta do mesmo hotel, às 11h , estarão os trabalhadores da Navigator. Estes convocaram uma greve e uma concentração para «levar seu descontentamento tanto aos accionistas quanto à opinião pública», afirma nota de imprensa da Fiequimetal/CGTP-IN. 

A Navigator, não apenas não tem dado resposta ao Caderno Reivindicativo entregue há mais de um mês como, também, tem tomado medidas que representam um retrocesso nos direitos laborais, como no pagamento do subsídio de turno que já foi 15% e agora é de 10%; e na remoção aos apoios aos enteados dos trabalhadores.

Há ainda o prémio anual para os trabalhadores em destaque. Infelizmente o valor deste não chega perto do «prémio» que cada accionista levará para casa na distrubuição dos lucros de sexta-feira. Para os trabalhadores, o tal «prémio» será apenas 0,45% do salário de Executante (cargo base da Navigator).

O sindicato acrescenta ainda que o aumento de 335 euros do Salário Mínimo Nacional ao longo dos últimos nove anos não são materializou nos salários da maioria dos trabalhadores que recebem um valor acima do mínimo, uma total desvalorização das carreiras e dos trabalhadores.

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