Os enfermeiros do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (CHLO), que integra os hospitais Santa Cruz, Egas Moniz e S. Francisco Xavier, estiveram hoje em greve, das 10h30 às 12h30, para exigir a contratação de mais profissionais.
Durante a manhã, em frente ao Hospital S. Francisco Xavier, os enfermeiros realizaram uma concentração para alertar para as consequências do problema da falta de pessoal, tendo gritado palavras de ordem como «Para a saúde defender, enfermeiros tem de haver», «Ministro escuta, os enfermeiros estão em luta», «Admissão já» e «Regularização de vínculos já».
Em declarações aos jornalistas, Isabel Barbosa, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) afirmou que o problema da falta de pessoal «pode significar o encerramento de serviços ou uma acumulação excessiva de horas extraordinárias. Não queremos uma coisa, nem outra».
A dirigente afirmou que os contratos individuais representam dois terços dos enfermeiros naquele Centro Hospitalar e que, a partir de 1 de Julho, vão iniciar o regime das 35 horas semanais, pelo que são necessárias 162 contratações só para colmatar as falhas que ficarão a descoberto, ficando de fora aquelas que já existem.
«Mas, além disso, já há carência de enfermeiros e, na medicina aqui deste hospital, os enfermeiros já acumulam 920 feriados e 4000 horas extraordinárias», frisou. No total, 69 enfermeiros têm vínculos precários, nomeadamente 42 a recibo verde.
Os protestos contra a falta de enfermeiros têm decorrido ao longo da semana, tendo na segunda-feira decorrido no Hospital Garcia da Horta um protesto com um abaixo-assinado entregue, na terça-feira uma greve no Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais e na quarta-feira na Unidade Local de Saúde de Matosinhos.
Os protestos fazem parte do movimento «Mais enfermeiros contra a ruptura», que pretende pressionar as administrações e o Governo de forma a serem abertas contratações, pondo um fim ao bloqueio aos novos pedidos de admissão, considerando que só isso pode solucionar problemas como a falta de enfermeiros, os longos horários e horas extraordinárias por pagar, o cansaço físico e psicológico das equipas ou a degradação dos serviços prestados.
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