Foi um ano de muita luta para os trabalhadores do Hotel PortoBay Falésia, unidade hoteleira de Albufeira, mas os resultados não deixam margem para dúvidas: valeu a pena, na defesa dos seus direitos, enfrentar as pressões e ilegalidades perpetradas pela administração.
Na passada quarta-feira, 1 de Junho, consagrou-se a reintegração de duas das quatro cozinheiras que tinham sido ilegalmente despedidas pelo hotel. As outras duas cozinheiras já tinham voltado aos seus postos de trabalho no passado dia 2 de Maio.
«A juntar às mais de duas dezenas de empregadas dos andares e trabalhadores de outras secções que, em Agosto do ano passado, deixaram de ter vínculos precários, são quase 30 trabalhadores que foram integrados no quadro de efectivos do hotel», por acção do Sindicato da Hotelaria do Algarve (SHA/CGTP-IN).
Os trabalhadores decidiram fazer esta greve para exigir à administração a integração nos quadros de efectivos da empresa e a actualização dos salários, de forma a repor parte do poder de compra perdido. Os trabalhadores do Hotel PortoBay Falésia, em Albufeira (Algarve), estão hoje em greve e concentraram-se, esta manhã, junto às instalações para demonstrar o seu descontentamento. A greve tem por objectivo exigir à administração a integração nos quadros de efectivos da empresa, a actualização dos salários de forma a repor parte do poder de compra perdido nos últimos dez anos e o respeito pelos direitos consagrados na contratação colectiva aplicável por força das portarias de extensão, que a administração não está a cumprir. Em declarações ao AbrilAbril, Tiago Jacinto, dirigente do Sindicato da Hotelaria do Algarve (CGTP-IN), afirmou que é a primeira vez que estes trabalhadores dinamizam uma luta deste tipo. Apesar do grande descontentamento, o ambiente na concentração era de ânimo e convicção na justeza das reivindicações. «Como nos primeiros turnos a adesão foi de praticamente 100%, nomeadamente na cozinha e nos pequenos-almoços, a empresa substituiu os trabalhadores para assegurar o serviço», referiu o dirigente sindical. Depois de chamar a GNR para fazer o auto da ocorrência, o sindicato apresentou uma denúncia à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) relativa a esta prática ilegal. Os trabalhadores decidiram pedir uma nova reunião à administração e marcar um plenário para, posteriormente, analisar o ponto de situação. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Hotel PortoBay Falésia substitui trabalhadores em greve
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Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o SHA refere que «esta situação é um reflexo claro daquilo que se passa no sector do turismo, onde a maioria dos trabalhadores está sujeita à precariedade dos vínculos laborais».
«A falta de fiscalização da Autoridade para as Condições no Trabalho, que devia ter um papel activo na identificação destas irregularidades e usar todos os meios à sua disposição para garantir o cumprimento da legislação e dos direitos dos trabalhadores», fragiliza a posição destes face a patrões que usam a precariedade para reduzir salários e direitos.
Além da luta contra a precariedade dos vínculos laborais, «também foi possível conquistar aumentos salariais de 3% e 5% em Agosto do ano passado e outro aumento em Janeiro deste ano».
Falta ainda, à administração, «repor o pagamento do trabalho prestado em dias feriados com o acréscimo de 200%, que também está a ser reivindicado pelo SHA», uma das várias questões que os trabalhadores do Hotel PortoBay Falésia vão discutir no plenário agendado para o próximo dia 7.
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