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«Deve haver mais mulheres no fotojornalismo»

A fotojornalista da agência France-Presse, vencedora do prémio Estação Imagem, defende que devia haver mais mulheres no fotojornalismo e denuncia a precariedade na profissão.

A fotojornalista Patrícia de Melo Moreira recebeu o prémio das mãos do presidente da Câmara de Coimbra. A cidade foi, pela pela primeira vez, anfitriã deste festival de fotojornalismo
A fotojornalista Patrícia de Melo Moreira recebeu o prémio das mãos do presidente da Câmara de Coimbra. A cidade foi, pela pela primeira vez, anfitriã deste festival de fotojornalismoCréditosPaulo Novais / Agência LUSA

Patrícia de Melo Moreira, 34 anos, há 18 na profissão, arrecadou ontem o prémio máximo do Estação Imagem, com o trabalho «Verão Negro», sobre os incêndios que fustigaram o País durante o Verão do ano passado.

Ser a primeira mulher a arrecadar o principal prémio do concurso, que vai na sua 9.ª edição, «significa que deve haver mais mulheres no fotojornalismo», disse à agência Lusa a fotojornalista, que trabalha há oito anos para a Agência France-Press (AFP), em Portugal.

«O prémio Estação Imagem já existe há alguns anos e ser a primeira mulher, só agora, a ganhar o prémio principal, quer dizer alguma coisa. Das duas uma: ou as mulheres não estão a receber incentivos suficientes para estarem no fotojornalismo e para fazerem os seus projectos, ou então também quer dizer que as mulheres têm de concorrer mais, participar mais, serem mais confiantes e terem mais proatividade para participarem, seja nos concursos seja no fotojornalismo», afirmou.

Para Patrícia de Melo Moreira, o fotojornalismo está «bem de saúde, a nível de qualidade», no entanto, notou, a profissão não é «reconhecida pelos meios de comunicação», especialmente em Portugal, criticando a precariedade que afecta o sector.

«Tem de haver reconhecimento do trabalho jornalístico, que é bastante importante para todos, não só para a comunicação social. Um jornalismo de qualidade é importante para toda a população», vincou a fotojornalista que, no discurso de aceitação do prémio, mostrou a sua revolta pelo «sistema precário» que se instalou, estando a trabalhar há oito anos para a AFP a recibo verde.

Durante o discurso, Patrícia de Melo Moreira referiu que a precariedade leva a uma «vida de incerteza e instabilidade».

É difícil encontrar trabalho

O presidente do júri do Estação Imagem, Santiago Lyon, antigo director de fotografia da agência de notícias norte-americana Associated Press, disse por seu lado que, «hoje em dia, o fotojornalismo está numa crise».

"Não acho que seja catastrófico, mas está em constante mudança e é difícil para os fotógrafos e fotojornalistas encontrar trabalho e, em muitos casos, o trabalho e o dinheiro vêm do setor comercial", constatou.

Apesar disso, Santiago Lyon mostra-se confiante relativamente ao futuro, acreditando que a tecnologia que hoje existe para contar histórias «é poderosa e as pessoas têm um apetite para compreender o mundo através de histórias visuais».

Questionado pela Lusa, o presidente do júri do Estação Imagem considerou que as fotografias de Patrícia de Melo Moreira, em torno dos fogos de 2017, captaram «o drama» dos incêndios, num trabalho «muito urgente e poderoso».

Sobre o fotojornalismo em Portugal, Santiago Lyon mostrou-se «impressionado com a qualidade do trabalho» dos fotógrafos portugueses que, em qualquer temática, apresentaram fotografias «de classe mundial».

O prémio Estação Imagem destina-se a premiar reportagens de fotógrafos portugueses, dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), e da Galiza, ou feitas por estrangeiros nestes territórios.


Com Agência Lusa

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