«Como é reconhecido, os salários do Ensino Superior perderam 15 a 20% do poder de compra desde 2010», tendência que se mantém com o aumento de 3% para 2024, que volta a não compensar o valor da inflação passada, alerta a estrutura sindical alerta num comunicado divulgado após a iniciativa desta terça-feira, à porta do Polo A da Escola Superior de Enfermagem, em Coimbra.
«Isto decorre, por um lado, de sucessivas actualizações salariais abaixo da taxa de inflação. Mas decorre, também, do nosso sistema de avaliação que é profundamente injusto face às restantes carreiras», defende o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC/Fenprof). Acrescenta que, ao abrigo dos estatutos das carreiras, a progressão é automática apenas para aqueles que obtêm excelente durante seis anos seguidos. Para os restantes que acumulem dez pontos, a subida de escalão depende da publicação de um despacho conjunto entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e o Ministério das Finanças, que, critica o sindicato, «nunca foi publicado».
Neste cenário, adianta, há docentes na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra que não progridem há mais de 20 anos, apesar de muitos acumularem cerca de 30 pontos. «Enquanto a generalidade dos trabalhadores da função pública progride com 10 pontos (em breve serão 8 pontos) os docentes das instituições de ensino superior continuam parados em virtude da inoperância de sucessivos governos que nunca publicaram o despacho, impedindo assim as instituições de promover a subida de escalão», frisa o SPRC, salientando tratar-se de uma situação «inadmissível».
Entretanto, os docentes da coimbrã Escola Superior de Enfermagem pretendem que esta luta se alargue a outras instituições superiores, de forma a «comprometer os partidos políticos a integrar esta justa reivindicação nos seus programas».
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